Redação Exame
Publicado em 5 de abril de 2024 às 09h29.
Setores que se beneficiam da inflação alta podem ter uma boa oportunidade pela frente. Pelo menos é o que pensa Larry McDonald, autor de "Bear Traps Report" e ex-chefe de estratégia macroeconômica do Société Générale nos EUA. As informações são do Business Insider.
Em entrevista ao podcast Forward Guidance da Blockwork, o estrategista lançou um alerta sobre os altos preços pelos quais a economia americana está passando, prevendo que a inflação fique acima da meta de 2% do Fed nos próximos anos. Os preços provavelmente oscilarão entre 3% e 4% na próxima década, previu ele.
"Temos todas essas fontes de inflação sustentada vindo em nossa direção", disse McDonald, apontando para as pressões sobre os preços, estímulos do governo e um mercado de trabalho aquecido.
Essas pressões são exacerbadas pelo fato de que os conflitos geopolíticos estão aumentando - Ucrânia e Faixa de Gaza. 'A guerra em si é inflacionária", disse McDonald, apontando para a crise estaglacionária dos anos 70 que coincidiu com a Guerra do Vietnã.
Esse movimento, porém, pode ser bom para os "beneficiários da inflação" - ou áreas do mercado que de fato subirão à medida que os preços permanecerem elevados. Esses beneficiários têm ativos como níquel, alumínio, urânio, cobre, ouro, petróleo e gás, disse McDonald.No entanto, investidores esperam, em grande parte, que a inflação retorne à sua meta de longo prazo no próximo ano. As expectativas de inflação de um ano caíram para 2,07% em março, de acordo com o Federal Reserve de Cleveland. Os preços já se arrefeceram drasticamente em relação aos máximos de 2022, com os preços ao consumidor subindo apenas 3,2% em fevereiro.
McDonald está entre os especialistas mais pessimistas de Wall Street no momento, soando repetidamente o alarme sobre as ações e a trajetória da inflação. Em março, ele previu que o mercado de ações poderia cair até 30% nos próximos dois meses, graças ao impacto das taxas de juros mais altas sobre a economia. Ele fez a mesma previsão em 2023, quando as ações subiram 25%.