São Paulo – Em 2013, o desempenho do Ibovespa frustrou o mercado com um tombo de 15,50%. No acumulado deste ano, o principal índice da bolsa brasileira afundou ainda mais: - 9,2%. Diante da persistente aversão ao risco observada, a LCA Consultores atualizou recentemente a projeção para o Ibovespa ao final deste ano, passando de 51,1 mil pontos antes para 50,2 mil pontos – o que representaria um avanço de 7,5% em relação ao patamar atual. Veja a seguir o desempenho de alguns dos principais índices da Bovespa que evidenciam o desempenho negativo do mercado de ações brasileiro. Os dados são da consultoria Economatica.
Desempenho em 2014: -13,33% As ações das empresas elétricas têm sofrido forte queda, pressionadas por preocupações sobre racionamento de energia, gastos com termelétricas e impacto sobre as empresas do setor. A consultoria PSR, uma das principais do setor elétrico do país, subiu de 17,5% para 18,5% o risco de racionamento de energia no Brasil em 2014. Analistas do Morgan Stanley liderados por Guilherme V. Paiva escreveram em relatório nesta semana que, em caso de racionamento de energia, o segmento de transmissão é o único porto-seguro no setor elétrico, e que Cemig deve ser uma das menos afetadas entre as monitoradas pelo banco no país.
Desempenho em 2014: -12,12% Este é um índice composto pelas empresas mais representativas do setor de utilidade pública - energia elétrica, água e saneamento e gás. Uma das companhias mais castigadas deste índice nos últimos pregões foi a Sabesp, que viu suas ações perderem 20% desde o início do ano. A desvalorização veio após a notícia de que, após o Sistema Cantareira atingir o nível mais baixo da história, a presidente da Sabesp, Dilma Pena, anunciou um programa de descontos que poderá fazer com que o valor da conta de água e esgoto caia até 48%.
Desempenho em 2014: -11,61% O Índice de Materiais Básicos é composto basicamente por empresas do setor de siderurgia e mineração, as quais tiveram seus desempenhos prejudicados na Bovespa após dados que revelaram uma desaceleração da economia chinesa, cliente importante destas companhias. Fazem parte do índice Vale, Gerdau,Usiminas, CSN, Suzano, dentre outras.
Desempenho em 2014: -9,35% A recente alta da Selic colaborou para o desempenho negativo do Índice de Consumo. Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, a 10,50%, mantendo o ritmo de aperto monetário diante da, ainda teimosa, inflação. O segmento varejista é um dos principais afetados pela elevação dos juros. Empresas como Lojas Renner, Pão de Açúcar, Arezzo e Souza Cruz amargam quedas de aproximadamente 10% no acumulado de 2014.
Desempenho em 2014: -8,59% No final do ano passado, Robert Shiller - um dos ganhadores de hoje do prêmio Nobel de economia – alertou sobre os grandes riscos de uma bolha imobiliária no Brasil. No entanto, para boa parte do mercado, não há bolha imobiliária no radar e a explicação para as dificuldades das empresas do setor estaria mais nelas mesmas do que no cenário externo. “Os níveis atuais de preço, no mercado imobiliário, não condizem com a evolução da renda, isso sinaliza um excesso de valorização nos preços de imóveis, mas para chamar de bolha, estamos longe”, afirmou recentemente a EXAME.com Marcelo Torto, analista da Ativa Corretora. Os preços no mercado imobiliário no Brasil mudaram nos últimos anos. O “reajuste” dos últimos cinco anos, como os analistas falam, reflete um mercado estagnado por muito tempo e uma conjunção de fatores, como o crescimento da renda da população e o déficit habitacional. A alta da Selic também tem comprometido o horizonte de curto prazo das empresas do setor.
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