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Os motivos que deixarão o dólar mais fraco em 2021, para a EXAME Gavekal

A moeda americana deve entrar em mercado de baixa com déficit orçamentário e o Fed evitando um aumento da taxa de juros do Tesouro

Dólar: há poucos sinais de que os gastos americanos devem desacelerar com o governo de Joe Biden (Jorge Araujo/Fotos Públicas)

Dólar: há poucos sinais de que os gastos americanos devem desacelerar com o governo de Joe Biden (Jorge Araujo/Fotos Públicas)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 24 de dezembro de 2020 às 07h06.

A baixa do dólar americano nas últimas semanas deve permanecer em 2021. A expectativa é que a moeda fique mais fraca no próximo ano e entre no mercado de baixa. É o que aponta o relatório da EXAME Gavekal Research, a parceria da casa de análises da EXAME com uma das maiores consultorias em economia global.

“A paisagem global está mudando rapidamente bem diante dos nossos olhos. De um ambiente de juros negativos, preços de energia em queda e um dólar em alta, o mundo agora está mudando para um ambiente de juros crescentes, preços de energias estáveis a firmes e dólar em queda” , escreveu Louis Gave, fundador e atual CEO da Gavekal Research.

Sobre o preço da energia, Gave destacou que, por muitos anos, a vantagem comparativa dos Estados Unidos impulsionou o dólar para cima. Entretanto, com a pandemia de coronavírus (covid-19), isso desapareceu e não deve retomar se os preços não subirem muito mais.

“Esse colapso na produção de petróleo dos Estados Unidos, junto com a recente guerra comercial, e as prateleiras vazias dos distribuidores e varejistas apontam para uma significativa deterioração na balança comercial dos Estados Unidos.”

Somado a isso, ele destaca que há poucos sinais de que os gastos americanos devem desacelerar com o governo de Joe Biden. O aumento dos gastos financiados pela emissão de moedas o leva a crer que o dólar será abundante por muitos meses. Até agora, o governo americano foi o que mais gastou com o coronavírus em termos per capita, e os gastos devem continuar.

“Consideremos que esta deterioração dos déficits gêmeos ocorra em um momento que o diferencial positivo da taxa de juros que costumava sustentar o valor do dólar dos Estados Unidos desapareceu com a chegada da covid-19. O resultado é que ser otimista com o dólar se torna cada vez mais desafiador.”

Por fim, Gave destaca que todos estes motivos podem explicar a queda do dólar nas últimas semanas. “Pela primeira vez em muito tempo, o dólar está apresentando desempenho inferior ao de outras moedas importantes em um horizonte de 12 meses.”

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