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Bolsa sobe com Alckmin e desvaloriza com Bolsonaro, diz estudo

Corretora apontou o desempenho da Bolsa para cinco candidatos Geraldo Alckmin, Marina Silva, Fernando Hadadd, Jair Bolsonaro e Álvaro Dias

Alckmin: candidato tem a preferência entre os investidores (Paulo Whitaker/Reuters)

Alckmin: candidato tem a preferência entre os investidores (Paulo Whitaker/Reuters)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 29 de agosto de 2018 às 14h32.

Última atualização em 29 de agosto de 2018 às 14h46.

São Paulo – A Bolsa pode valorizar 67% se Geraldo Alckmin, candidato do PSDB, ganhar as eleições. Desta maneira, o Ibovespa pode alcançar em dezembro deste ano 128.248 pontos. É o que aponta um estudo realizado pela corretora Spinelli e divulgado com exclusividade pelo site EXAME.

De acordo com os dados, o presidenciável é o que tem a maior confiança do mercado financeiro e terá maior governabilidade com apoio do Centrão.

O estudo destaca Pérsio Arida que está à frente da equipe econômica de Alckmin. O economista já afirmou que pretende privatizar parte da Petrobras, defende a reforma da Previdência e a diminuição de isenções fiscais a setores da indústria.

A Bolsa também terá forte valorização caso Álvaro Dias ganhe as eleições. O Ibovespa pode subir 36,4% ficando em 104.718 pontos no final deste ano. O candidato do Podemos tem um histórico que agrada aos investidores, apesar de não guinar ao liberalismo, ele tem apoio político para votar reformas de longo prazo.

Com Marina Silva como presidente, o Ibovespa alcançará os 83.737 pontos, ou seja, uma valorização de 9,1%.

A equipe econômica da Spinelli afirma que  candidata da Rede tem tendências intervencionistas, entretanto  a escolha da equipe econômica, com Eduardo Gianetti e André Lara Resende, sinaliza uma aproximação com o mercado.

“De origem PTista, Marina tem sido mais afável às ideias de mercado, ainda que tenha declarado que avaliaria com mais cuidado a privatização da Eletrobras. Vale lembrar, no entanto, que nas últimas eleições apoiou Aécio Neves no segundo turno”, diz o estudo.

Piores para a Bolsa

Entre os candidatos que podem impactar a Bolsa negativamente estão Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSL).

No caso do Haddad, o estudo aponta que o Ibovespa que pode ter uma desvalorização de 22,9% ficando em 59.191 pontos. Segundo a Spinelli, o governo do petista deve ser mais intervencionista e ortodoxo, ao contrário do que ocorreu com o primeiro mandato do PT na presidência em 2003 com José Alencar e Henrique Meirelles no Banco Central para dialogar com o mercado.

Com Ciro Gomes o Ibovespa pode ficar em 67.269, uma desvalorização de 12,4%. O discurso do presidenciável não agrada aos investidores. Segundo a Spinelli, o presidenciável tende ao protecionismo, como determinar a política de preços da Petrobras, travar a privatização da Eletrobras e a fusão Embraer e Boeing.

Com Bolsonaro na presidência, o Ibovespa pode terminar 2018 em 69.217 pontos, uma desvalorização de 9,9%. Para a equipe econômica da Spinelli, o candidato que lidera as pesquisas eleitorais tem um histórico diferente de seu discurso atual, já que votou contra o Plano Real, contra a reforma da Previdência e em todos os anos como deputado federal não apresentou nenhuma proposta na linha liberal.

"Entendemos que seu atual viés liberal é uma "brecha de mercado" para conquistar votos, mas que não deve resultar em nenhuma medida efetiva neste sentido. Militarista de origem, achamos incerta sua vocação liberal."

Metodologia

O estudo foi realizado com os candidatos que têm mais de 3% das intenções de votos nas últimas pesquisas. A corretora de valores montou os cenários acreditando na média das opiniões de mercado e entre as premissas consideradas estão a expectativa de PIB durante o governo, PIB de longo prazo, taxa Selic, inflação, entre outros.  Confira abaixo o cenário para cada candidato que foi utilizado para realizar o valuation da Bolsa:

Premissas CondicionadasÁlvaro DiasCiro GomesFernando HaddadGeraldo AlckminJair BolsonaroMarina Silva
PIB durante o governo2,50%2,00%2,00%2,50%2,00%2,25%
PIB Longo Prazo2,00%2,00%2,00%2,00%2,00%2,00%
Taxa Selic (média do governo)8,50%9,50%9,50%8,00%9,50%9,50%
IPCA (média do governo)5,00%5,75%5,75%4,25%5,00%5,00%
Margem de rentabilidade19,00%17,50%16,50%20,00%18,00%18,00%
Prêmio de Risco5,25%5,75%6,25%4,75%7,50%5,25%
Custo da Dívida sobre SELIC115,00%140,00%140,00%120,00%125,00%120,00%
Probabilidade de Vitória2,50%10,00%25,00%25,00%25,00%12,50%
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