Os ADRs da Petrobras subiram 23 por cento em janeiro (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2012 às 17h24.
São Paulo - Os operadores de opções estão mais conservadores com a Petróleo Brasileiro SA em 17 meses, apostando que receios sobre a produção e o financiamento vão afundar a ação após em janeiro ela ter tido a maior alta desde 2006.
A proporção de ordens para vendas dos ADRs, os certificados de depósitos de ações negociados nos Estados Unidos, versus para compras subiu para 0,99-para-1 em 27 de janeiro, o maior nível desde agosto de 2010, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A relação de preço conhecida como ‘skew’ está maior do que foi 97 por cento do tempo nos últimos cinco anos, mostram os dados.
Investidores estão se protegendo de perdas depois da Petrobras ter produzido menos petróleo e gás natural do que ela tinha previsto. A quinta maior empresa de energia do mundo por valor de mercado disse que seu plano de investir US$ 225 bilhões para mais do que dobrar sua produção até 2020 pode perder financiamento de bancos europeus, já que as instituições europeias estão contendo o crédito em meio à crise da dívida da região.
“Você teve lucros em sua posição, você está com certeza olhando para realizá-los”, disse Ted Harper, que ajuda a administrar cerca de US$ 6,8 bilhões em ativos na Frost Investment Advisors LLC em Houston, Texas, em uma entrevista por telefone em 31 de janeiro. Os riscos vão de “falta de participação europeia nas linhas de crédito a constrangimentos em créditos devido a questões da dívida soberana europeia, ou produção vindo um pouco ‘light’”, disse ele.
Os ADRs da Petrobras subiram 23 por cento em janeiro. As ações brasileiras avançaram 14 por cento este ano até ontem, igualando a alta do Ibovespa.
Anabelly Pontes, assessora de imprensa, não quis comentar sobre as operações de opções.
Aumento de produção
A produção aumentou em 2011 no menor ritmo em quatro anos devido a atrasos em entregas de equipamentos e o endurecimento de medidas de segurança depois do vazamento de petróleo em Macondo no Golfo do México, disse a Petrobras em 19 de janeiro. O volume de petróleo e gás extraído aumentou 1,4 por cento em 2011 para 2,6 milhões por dia, abaixo de sua previsão de 7,7 por cento. A companhia fechou seu quinto poço mais produtivo em 31 de janeiro depois de detectar vazamento.
“O crescimento da produção continua sem brilho e nós acreditamos que a ação poderá retroceder um pouco em relação ao seu forte desempenho”, disse Marcus Sequeira, analista do Deutsche Bank AG, em 20 de janeiro. O analista classifica a ação como “hold”.
O Chicago Board Options Exchange Volatility Index, ou VIX, caiu 3,1 por cento para 17,98 ontem, seu nível mais baixo desde 22 de julho. Ele caía 6 por cento, para 16,90, às 15:15 hoje. O correspondente ao VIX na Europa, o VStoxx Index, caía 4,2 por cento para 23,53 hoje.