Usina de extração de xisto: na avaliação da Platts, a revolução do xisto dos EUA representa um desafio para a Arábia Saudita manter sua fatia de mercado (Andrew Burton/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2016 às 13h36.
Londres - Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) podem sofrer agora com o preço baixo do petróleo, mas caso eles se organizem para realizar um corte digno de crédito na oferta correm o risco de estimular a produção de xisto nos Estados Unidos.
Além disso, pode haver um atraso em cortes no investimento de capital das companhias do setor, avalia a corretora PVM em nota.
A PVM também acredita que, caso o corte da Opep ocorra, seria inevitável que especuladores entrassem no mercado e exagerassem o impacto disso no preço.
Diante desse risco, há um argumento forte para que a Arábia Saudita e os outros membros da Opep mantenham os preços baixos por mais alguns meses, a fim de prejudicar as companhias produtoras de xisto e garantir que elas produzam menos e tenham cortado investimento, antes de que os preços comecem novamente a subir, diz a corretora.
Na avaliação de Joel Hanley, da Platts, a revolução do xisto dos EUA representa um desafio para a Arábia Saudita manter sua fatia de mercado.
Hanley diz que, apesar da tentativa saudita de tirar o xisto norte-americano do mercado, os produtores dos EUA têm sido extremamente resistentes, com grandes cortes em seus custos.
"A Arábia Saudita não esperava que o xisto dos EUA pudesse sobreviver tanto tempo", disse ele.