Carteira recomendada: Vibra Energia, Cyrela e Itaú Unibanco se destacam (Germano Lüders/Exame)
Repórter de finanças
Publicado em 1 de setembro de 2025 às 16h10.
Após um período de volatilidade em julho, com os ativos brasileiros pressionados por anúncios de tarifas sobre exportações para os EUA, as ações no Brasil se recuperaram expressivamente em agosto, registrando alta de 6% em reais e 9% em dólares, superando o desempenho do S&P500, que avançou 2%. No último pregão de agosto, o Ibovespa, inclusive, renovou o patamar histórico, aos 141.422 pontos
No Brasil, a combinação de desaceleração econômica e inflação mais controlada está aproximando o início do ciclo de flexibilização monetária, o que tende a favorecer as ações brasileiras.
“Esse cenário aumenta as chances de que o ciclo de flexibilização monetária no Brasil comece mais cedo do que o esperado”, escreve a equipe liderada por Carlos Sequeira, do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).
O banco acredita que a Selic comece a ser reduzida em dezembro, enquanto boa parte do mercado aposta em cortes a partir do ano que vem.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) sinalizou recentemente uma postura mais ‘dovish’, com maior atenção aos riscos sobre o mercado de trabalho e desaceleração do PIB. A expectativa é de início de cortes em setembro, totalizando três reduções no ano.
Quedas nas taxas de juros nos EUA tendem a beneficiar mercados emergentes, aumentando o apelo de ações brasileiras e reforçando a atratividade dos ativos locais para investidores globais.
As ações brasileiras também estão negociadas a múltiplos abaixo da média histórica, o que sugere uma oportunidade para recuperação, desde que as taxas reais longas caiam ou que os lucros das empresas apresentem revisões positivas.
Em meio a um cenário mais favorável para as ações brasileiras, confira as ‘queridinhas’ das carteiras de cinco bancos: BTG Pactual, Santander, Ágora Investimentos, Banco do Brasil e Itaú Unibanco.
Pode pedir música no fantástico: três ações aparecem em três, das cinco, carteiras recomendadas, sendo elas Vibra Energia (VBBR3), na carteira do Itaú, BTG e Ágora, Cyrela (CYRE3), na carteira do BB, BTG e Santander, e Itaú Unibanco (ITUB4), na carteira do BTG, Ágora e Santander.
Segundo a Ágora, a Vibra Energia — que opera na distribuição e comercialização de combustíveis por meio da bandeira Petrobras em uma rede com mais de oito mil postos, além do segmento de lubrificantes — se apresenta como uma alternativa atrativa para investidores de longo prazo, apoiada em fundamentos consistentes e em um valuation considerado descontado.
“Apesar do resultado ligeiramente mais fraco do que o esperado referente ao seu segundo trimestre, as perspectivas apontam para resultados sólidos no segundo semestre”, destacam os analistas.
O banco avalia que a perspectiva de redução dos juros em 2026 tende a impulsionar os resultados financeiros da companhia. Além disso, o avanço das iniciativas para reduzir a informalidade no setor pode beneficiar especialmente os postos com bandeira, entre eles a Vibra Energia.
Já Cyrela, incluída na carteira de setembro do BTG Pactual, é uma tese de alta qualidade no Brasil, segundo o banco. A construtora reportou resultados operacionais consistentes no primeiro semestre de 2025 e deve manter uma execução sólida no terceiro trimestre, diz o BTG.
A empresa conta ainda com um banco de terrenos de qualidade, fator que deve sustentar novos lançamentos e garantir bom desempenho de vendas nos próximos períodos.
Outro ponto relevante é a maior exposição ao programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), via sua subsidiária Vivaz e as joint ventures Cury e Plano&Plano, que já respondem por cerca de 40% do lucro líquido — característica considerada defensiva em um cenário macroeconômico desafiador.
“Dito isso, acreditamos que a Cyrela deve continuar a superar seus pares e ganhar participação de mercado, apesar de um cenário macroeconômico mais difícil, enquanto seu valuation em aproximadamente 5x P/L para 2026 continua atraente”, diz Sequeira, do BTG Pactual, e equipe.
O Itaú Unibanco segue como uma das principais recomendações do setor de bancos para o Santander, com preço-alvo de R$ 44,00 para 2026, frente aos R$ 41,00 projetados para 2025. A grande escala e a diversificação de serviços contribuem para reduzir a volatilidade dos resultados, garantindo maior estabilidade em relação a outros bancos privados.
Para os próximos trimestres, a expectativa é que o Itaú acelere a concessão de crédito em segmentos específicos, agora que a inadimplência se estabilizou. “Acreditamos também que um novo ciclo de crédito normalmente resulta num aumento das comissões bancárias, fatia da receita em que poderá haver um risco altista sobre nossas projeções”, afirma Ricardo Peretti e Alice Corrêa, do Santander.
No segundo trimestre de 2025, o Itaú reportou lucro líquido recorrente de R$ 11,5 bilhões, alta de 14% em relação ao ano anterior. Além disso, o banco revisou para cima o guidance de margem com clientes e reduziu a faixa de impostos, projetando lucro líquido de R$ 46 bilhões em 2025.
Minerva (BEEF3) |
Cyrela (CYRE3) |
Direcional (DIRR3) |
Santander (SANB11) |
Smartfit (SMFT3) |
PRIO (PRIO3) |
Nubank (ROXO34) |
Vibra Energia (VBBR3) |
Bradesco (BBDC4) |
Marcopolo (POMO4) |
Nubank (ROXO34) |
Itaú Unibanco (ITUB4) |
Vibra Energia (VBBR3) |
Rede D’Or (RDOR3) |
Embraer (EMBR3) |
Equatorial (EQTL3) |
Motiva (MOTV3) |
Energisa (ENGI11) |
Smartfit (SMFT3) |
Cyrela (CYRE3) |
BTG Pactual (BPAC11) |
Copel (CPLE6) |
Direcional (DIRR3) |
Itaú Unibanco (ITUB4) |
Multiplan (MULT3) |
Petrobras (PETR4) |
Sabesp (SBSP3) |
Vale (VALE3) |
Vibra Energia (VBBR3) |
WEG (WEGE3) |
Bradesco (BBDC4) |
Cyrela (CYRE3) |
Itaú Unibanco (ITUB4) |
Lojas Renner (LREN3) |
Multiplan (MULT3) |
Petrobras (PETR4) |
Rede D’Or (RDOR3) |
Sabesp (SBSP3) |
Totvs (TOTS3) |
Vale (VALE3) |
WEG (WEGE3) |