Prédio-sede da B3: 15 empresas já estrearam na bolsa antes do fim do primeiro trimestre de 2021 (Patricia Monteiro/Bloomberg/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2021 às 07h50.
A sequência de ofertas públicas iniciais (os IPOs, na sigla em inglês) na bolsa brasileira desde o ano passado está estimulando uma cadeia de negócios, além do resultado das próprias empresas. É o caso de seguros voltados para executivos e acionistas para protegê-los de eventuais processos decorrentes das operações no mercado de capitais.
Duas das maiores empresas estrangeiras com atuação no país relatam aumento de até 400% no ano passado na venda de tais seguros na comparação com 2019, o ano que antecedeu o aquecimento do mercado.
São apólices voltadas para proteger executivos, conselheiros e acionistas controladores de eventuais prejuízos causados por erros nos prospectos ou informações imprecisas ou incompletas nas reuniões de executivos com o mercado.
No caso da Zurich do Brasil, a procura do seguro voltado para IPOs por empresas que abriram o capital ou que estudaram fazê-lo aumentou 300% em 2020 na comparação com o ano anterior, enquanto as vendas subiram 22%.
“A expectativa continua alta em relação às novas ofertas em 2021, considerando a manutenção da baixa taxa de juros e a contínua necessidade de as empresas buscarem captações", diz Fernando Saccon, da Zurich no Brasil.
A avaliação do seguro é influenciada por fatores de risco como qualidade dos ativos, governança corporativa, gestão qualificada, estratégia de negócio consistente e prospecto da oferta bem elaborado.
A Marsh Brasil, por sua vez, informa que as vendas cresceram 400% no ano passado. "Investidores que se sintam lesados por eventuais informações equivocadas fornecidas pelas empresas podem entrar com ações coletivas para reparar possíveis perdas financeiras", diz Luis Guilherme Menezes, diretor da corretora Marsh Brasil.