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“Onda azul” deve favorecer ações de países emergentes, diz BlackRock

Empresas menores e ligadas à energia renovável teriam melhores desempenhos, enquanto gigantes de tecnologia sofreriam mais com ampla vitória democrata

Joe Biden: candidato democrata à presidência dos Estados Unidos (Drew Angerer/Getty Images)

Joe Biden: candidato democrata à presidência dos Estados Unidos (Drew Angerer/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 3 de novembro de 2020 às 17h55.

Última atualização em 3 de novembro de 2020 às 21h29.

Os eleitores americanos chegam a seu último dia de votação nesta terça-feira, 3, ainda com o candidato democrata Joe Biden liderando as pesquisas presidenciais. Mas mesmo que parte dos investidores tenham alguma esperança em uma virada de Donald Trump na reta final, bancos de investimentos e gestoras já traçam os possíveis cenários em caso de vitória de democrata.

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A BlackRock, maior gestora do mundo com mais de 7 trilhões de dólares sob gestão, divulgou relatório nesta semana com três previsões, sendo que nenhuma delas contava com uma “onda vermelha”, que seria uma vitória do Partido Republicano na disputa presidencial e nas duas casas legislativas – já que a permanência da maioria democrata na Câmara é dada como praticamente certa.

Dos três cenários esboçados pela BlackRock, o mais favorável às bolsas de países emergentes, como a brasileira, seria a “onda azul”, ou seja, a vitória dos democratas na presidência, na Câmara e no Senado.

Segundo a gestora, as ações de países emergentes se beneficiariam, principalmente, de quatro fatores que devem acompanhar uma ampla vitória democrata: maiores gastos fiscais, política internacional mais estável, dólar mais fraco e juros reais negativos.

(EXAME Research/Exame)

Nesse cenário, a BlackRock também acredita que ações de empresas de pequeno e médio porte listadas nos Estados Unidos tendem a ter um desempenho superior às de gigantes da tecnologia, que poderiam sofrer com aumento do risco regulatório. “As large-caps de tecnologia guiaram o desempenho do mercado acionário americano neste ano. Mas é improvável que isso se repita em 2021.”

Já as companhias que devem sair campeãs de todo esse processo, ainda de acordo com a gestora, são as de energia renovável. “Uma varredura democrata provavelmente levaria a um grande impulso nos investimentos públicos em energia limpa”, estima. Na expectativa de que Biden seja eleito, ações de energia solar, por exemplo, já acumulam fortes altas nos últimos meses. Desde maio, papéis como os da Daqo New Energy e Jinko Solar Holding Company já subiram quase 300%.

Por outro lado, em um cenário de vitória de Trump, a BlackRock espera que ações de empresas de tecnologia continuarão tendo bons desempenhos, enquanto os mercados europeus e de países emergentes terão performances abaixo da média.

Já em caso de vitória de Joe Biden acompanhada de derrota democrata no Senado, a gestora considera que não seria o cenário ideal para os emergentes, pois estima que os pacotes de estímulos serão menores aos de uma “onda azul”. Mas mesmo assim, acredita que a maior estabilidade das relações internacionais dos Estados Unidos com Biden possa favorecê-los.

Porém, ainda que ações de países emergentes possam se beneficiar de uma “onda azul”, a BlackRock vê alguns desafios adicionais para a América Latina, principalmente, em relação a outros países da Ásia. “A China e outras economias da Ásia fizeram um trabalho melhor na contenção da Covid – e estão muito à frente na retomada econômica.”

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