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Oi (OIBR3): ação supera 50% em dois dias após decisão favorável nos EUA

Com uma dívida "insustentável" de R$ 29 bilhões, a Oi consegue estender proteção contra credores; analista vê risco elevado de investir no papel

Oi: ação chega a disparar 20% nesta terça (Cristiano Mariz/Exame)

Oi: ação chega a disparar 20% nesta terça (Cristiano Mariz/Exame)

Publicado em 14 de fevereiro de 2023 às 15h21.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2023 às 15h31.

As ações da Oi (OIBR3) são negociadas em forte alta nesta terça-feira, 14, após a empresa informar o Juízo de Falências dos Estados Unidos ter concedido proteção contra credores no país. Com alta de quase 20% somente nesta terça, os papéis da Oi chegam a acumular pouco mais de 50% em dois dias.

Os pedidos de proteção da Oi tiveram como base o Capítulo 15 do Código de Falências americano, que prevê a cooperação em tribunais dos Estados Unidos e de fora do país. Na prática, a decisão da Justiça americana impede que credores da Oi busquem a execução da dívida por meio da Justiça americana. O pedido teve como base o deferimento da tutela de urgência cautelar em curso perante a 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ).

A Oi ainda informou que será apreciada no Tribunal Federal de Falências do Distrito Sul de Nova York no dia 29 de março a decisão acerca do reconhecimento do processo cautelar e de eventual pedido de uma nova recuperação judicial que venha a ser ajuizado no Brasil. A decisão foi divulgada na véspera pelo Valor e confirmada nesta manhã pela empresa.

A companhia, vale lembrar, conseguiu no início do mês uma decisão favorável no TJ-RJ para frear a cobrança de uma dívida de R$ 200 milhões que estava prestes a vencer. A Justiça ainda deu 30 dias para a empresa apresentar um novo pedido de recuperação judicial. O valor total da dívida é de R$ 29 bilhões — "insustentável", segundo a própria companhia.

Vale o investimento?

Apesar das decisões favoráveis obtidas na Justiça, Flávio Conde, analista da Levante Investimentos, alertou para os riscos de se investir na ação diante do momento sensível vivido pela empresa.

"Seu valor de mercado é tão baixo que qualquer notícia minimamente positiva ou negativa pode fazer a ação subir ou vair 30%. Se subir 100% em um dia, não significa que vai dar tudo certo. Virou quase uma opção. Ela pode continuar ou pode quebrar. O mercado já abandonou a ação faz tempo. Apenas um ou outro especulador que busca 200% de retorno em um mês está investindo. Mas o risco é acabar com uma queda de 50% e sair do papel", afirmou.

Com a alta dos últimos dois dias, as ações acumulam cerca de 15% de alta desde o início de 2023. No período de seis meses, no entanto, as ações ainda acumulam mais de 65% de queda.

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