Mercados

OGX a R$ 0,24 ainda é cara, avalia Empiricus

Nos cálculos da consultoria, se após o cumprimento da renegociação, a velha OGX valerá 10% da nova, o preço da nova companhia será de R$ 6,98 bilhões


	Funcionário da OGX: situação serve para mostrar a vantagem comparativa da Petrobras, que é negociada com um valor do negócio de 7 vezes a geração de caixa, menos que a petroleira de Eike
 (Divulgação)

Funcionário da OGX: situação serve para mostrar a vantagem comparativa da Petrobras, que é negociada com um valor do negócio de 7 vezes a geração de caixa, menos que a petroleira de Eike (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de dezembro de 2013 às 10h26.

São Paulo - As cotações da OGX subiram 26% no início do pregão de hoje, atingindo o preço de R$ 0,24, diante do anúncio de renegociação da dívida da empresa. No fim do dia, os papéis recuaram, para R$ 0,22. E com razão. Segundo estudo da consultoria independente Empiricus, esse valor de R$ 0,24 é alto para a petroleira, que logo deve deixar de ser de Eike Batista.

Nos cálculos da consultoria, se após o cumprimento da renegociação, a velha OGX valerá 10% da nova, o preço da nova companhia será de R$ 6,98 bilhões, considerando o valor das ações menos o caixa e mais a dívida. “Considerando que a reestruturação da empresa é uma aposta final em Tubarão Martelo”, diz o relatório da Empiricus.

Ignorando a credibilidade da projeção e considerando o atingimento do pico de produção que a empresa afirma para o ativo, de 30 mil barris por dia, a empresa chegaria a cerca de R$ 745 milhões de geração de caixa operacional (Lajida) anual no melhor cenário do mundo, avaliam os analistas da consultoria.

Essa geração de caixa representaria uma relação entre o valor do negócio (enterprise value) de 9,4 vezes a geração de caixa para a nova OGX operacional “em um completo céu de brigadeiro”, estima a consultoria. “Portanto, com elevado risco de materialização e, ainda assim, baixo potencial de valorização”, conclui.

Para a Empiricus, a situação da OGX serve para mostrar a vantagem comparativa da Petrobras, que é negociada com um valor do negócio de 7 vezes a geração de caixa, menos que a petroleira de Eike e, portanto, mais barata.


Para a consultoria, Eike se vingou dos jornalistas ao anunciar o acordo com os credores da OGX “com todos à mesa para a ceia de Natal”, no dia 24.

A dívida de R$ 13 bilhões foi convertida em ações, de forma que os atuais acionistas representarão apenas 10% da nova empresa. “Eike fica diretamente com 5% da ‘nova’ OGX”, explica a consultoria. Somando o que ele deterá via OSX, a participação de Eike atingiria 9,4% da nova empresa.

Para a Empiricus, o episódio pode dar sobrevida à empresa, mas apenas confirma a tese do que aconteceria com a empresa: a entrega dos ativos a preços muito depreciados para os credores em troca de abatimento de dívida e uma diluição gigantesca dos atuais acionistas.

Acompanhe tudo sobre:CombustíveisEmpresasIndústria do petróleoOGpar (ex-OGX)OGXP3Petróleo

Mais de Mercados

Reunião de Lula e Haddad e a escolha de Scott Bessent: os assuntos que movem o mercado

Do dólar ao bitcoin: como o mercado reagiu a indicação de Trump para o Tesouro?

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3