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Ofertas de ações no Brasil já têm melhor 1º bimestre desde 2004

Até o final de fevereiro 12 empresas devem lançar ações na BM&FBovespa, com um valor total de R$ 7,02 bilhões

Pregão da BM&FBovespa: bolsa espera bater o recorde de levantados em aberturas de capital em 2011 (Raul Júnior/VOCÊ S/A)

Pregão da BM&FBovespa: bolsa espera bater o recorde de levantados em aberturas de capital em 2011 (Raul Júnior/VOCÊ S/A)

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Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2011 às 15h04.

São Paulo/Rio de Janeiro - As ofertas públicas de ações anunciadas para 2011 no Brasil representam o melhor início de ano desde 2004, dados mais antigos disponíveis na BM&FBovespa SA. O aumento da liquidez mundial e a queda na aversão ao risco puxam a demanda por novas ações.

Entre janeiro e fevereiro, 12 companhias pretendem vender ações na bolsa brasileira. As que já divulgaram cronogramas e faixas de preços somam R$ 7,02 bilhões e superam o recorde de 2007. Nos dois primeiros meses daquele ano, nove empresas venderam R$ 6,8 bilhões em ações. Ao longo de 2007, foram realizadas 76 ofertas, o melhor ano em número de operações, segundo dados no website da bolsa.

“A liquidez mundial tem aumentado desde a segunda metade do ano passado. Depois, a aversão a risco tem baixado bastante desde 2009”, disse Aquiles Mosca, superintendente-executivo e estrategista de investimentos do Santander Asset Management, que administra R$ 104 bilhões no Brasil. “Com o cenário adverso de 2009 e da primeira metade de 2010, a demanda por ofertas ficou reprimida e agora tem encontrado espaço para voltar.”

Em entrevista no dia 17 de janeiro, o presidente da BM&FBovespa SA, Edemir Pinto, disse que espera que o recorde de R$ 55,6 bilhões levantados em aberturas de capital, obtido em 2007 por companhias e seus acionistas, seja batido em 2011. Segundo ele, os destaques neste ano em ofertas públicas iniciais devem ficar com empresas de infraestrutura, administração de shopping centers, educação, alimentos e petróleo.

‘Saúde financeira’

O cenário de emissões, disse Mosca, é mais favorável principalmente para países “emergentes com saúde financeira mais em ordem”, como Brasil, Índia e China. Esse movimento só será interrompido por problemas externos, como uma ruptura na Europa ou uma falha dos estímulos nos Estados Unidos, disse o executivo em entrevista por telefone hoje de São Paulo.

“Acredito que 2011 está aí, com a pista limpa, para que esse mercado possa não só ganhar velocidade, como crescer dentro daquilo que a gente esperava para 2010”, disse o presidente da BM&FBovespa. Para ele, ofertas foram adiadas no ano passado devido à operação de capitalização da Petróleo Brasileiro SA, que levantou R$ 120 bilhões em setembro.

Calendário

Considerando os cronogramas anunciados hoje, QGEP Participações SA, Magnesita Refratários SA, Autometal SA e seus acionistas pretendem levantar até R$ 4,53 bilhões em fevereiro com vendas de ações. A QGEP, unidade de exploração e produção de petróleo da Queiroz Galvão SA, e o Quantum - Fundo de Investimento em Participações, querem vender até R$ 3,12 bilhões em papéis que devem estrear no dia 9. A Autometal e seu acionista Cie Autometal SA, subsidiária da espanhola Cie Automotive SA, podem vender até R$ 991,7 milhões em ações que devem começar a ser negociadas em 7 de fevereiro.

A Magnesita, que já tem capital aberto, informou que pretende vender 41,4 milhões de ações ordinárias numa oferta primária. Pelo fechamento de ontem, a R$ 10, a empresa pode captar até R$ 414,5 milhões.

Completam o quadro de ofertas previstas para o começo deste ano a fabricante de calçados Arezzo Indústria e Comércio SA, a holding de alimentação International Meal Company Holdings SA, a Desenvix Energias Renováveis SA, a administradora de shopping centers Sonae Sierra Brasil SA, a fabricante de calçados Vulcabras Azaleia SA e a Companhia de Águas do Brasil - CAB Ambiental, além da rede de corretoras imobiliárias Brasil Brokers Participações SA e das construtoras Tecnisa SA e Direcional Engenharia SA, estas três já de capital aberto.

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