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Oferta direta de produtos internacionais pode ser o próximo passo, diz ex-presidente da CVM

Marcelo Barbosa esteve à frente das mudanças regulatórias dos últimos anos que permitiu maior acesso do pequeno investidor ao mercado internacional

Marcelo Barbosa, ex-presidente da CVM: 'A oferta direta pode ser o próximo passo' (Reprodução/Exame)

Marcelo Barbosa, ex-presidente da CVM: 'A oferta direta pode ser o próximo passo' (Reprodução/Exame)

Guilherme Guilherme
Guilherme Guilherme

Repórter de Invest

Publicado em 21 de novembro de 2023 às 13h02.

Última atualização em 21 de novembro de 2023 às 13h05.

O investidor brasileiro tem ganhado cada vez mais acesso aos investimentos no exterior. Esses investimentos fora do país, segundo dados do Banco Central, já somam cerca de R$ 505 bilhões, R$ 100 bilhões a mais que em 2020. Os recentes avanços regulatórios, assim como a maior facilidade para abrir contas em instituições presentes fora do Brasil, tem contribuído para essa evolução. O próximo passo, afirmou Marcelo Barbosa, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pode ser a oferta direta de produtos internacionais.

"A oferta direta pode ser o próximo passo. Mas é um outro nível de complexidade em relação à liberação da intermediação financeira para investidores de varejo", afirmou Barbosa em evento realizado pela Avenue nesta terça-feira, 21.

Barbosa presidiu CVM entre 2017 e 2022, período de forte avanço da internacionalização dos investimentos brasileiros. Entre os desafios citados pelo ex-presidente da CVM para uma oferta ampla de produtos internacionais é necessidade de o pequeno investidor compreender a regulação internacional sob a qual o produto está sujeito.

Veja também: "Ter conta em dólar será uma realidade para todos em cinco anos", diz Roberto Lee, CEO da Avenue

Desafios à frente

"Chegamos com segurança onde estamos hoje porque tomamos as medidas necessárias. Esse cenário [de oferta direta], hoje, é mais arrojado. Mas o desafio principal é fazer isso em um rumo certo", disse.

As regulamentações recentes tem ido nessa direção. Nos últimos anos, por exemplo, as ações de empresas internacionais listadas na B3 em forma de BDRs (Brazilian Depositary Receipt), antes restritas ao investidor qualificado, foram liberadas para o público em geral. Já a resolução 175, que atualizou as regras de fundos de investimento, permitiu que pequenos investidores acessem produtos com até 100% de exposição ao mercado internacional.

"Temos que fazer esse percurso com uma coisa em mente: o papel do regulador é proteger os pequenos investidores", afirmou Barbosa.

Um dos desafios citados pelo ex-presidente da CVM para regulamentação da oferta direta seria, por exemplo, a tradução da regulação para o pequeno investidor."

Barbosa ainda ressaltou que esses avanços regulatórios devem ser acompanhados de uma maior educação financeira. "A educação financeira serve também para saber o que evitar."

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