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Oferta de ações da Oi pode movimentar até R$22,75 bi

Companhia aprovou a emissão até 5,75 bilhões de ações para o lote inicial de uma oferta primária que deve ser lançada na quinta


	Loja da Oi: emissão é parte importante do acordo de fusão da Oi com a Portugal Telecom, que criará uma companhia de 100 milhões de clientes no mundo
 (REUTERS/Nacho Doce)

Loja da Oi: emissão é parte importante do acordo de fusão da Oi com a Portugal Telecom, que criará uma companhia de 100 milhões de clientes no mundo (REUTERS/Nacho Doce)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2014 às 16h55.

São Paulo - O grupo de telecomunicações Oi aprovou a emissão até 5,75 bilhões de ações para o lote inicial de uma oferta primária que deve ser lançada na quinta-feira, afirmou uma fonte de banco de investimento ao IFR, serviço da Thomson Reuters.

Incluindo lotes suplementar e adicional, a operação pode movimentar até 22,75 bilhões de reais, considerando o preço de fechamento das ações da companhia na terça-feira.

A emissão é parte importante do acordo de fusão da Oi com a Portugal Telecom, que criará uma companhia de 100 milhões de clientes no mundo e receita anual de 19 bilhões de dólares.

O valor de 22,75 bilhões de reais é bem superior aos 14 bilhões de reais previstos pela companhia em documentos sobre o aumento de capital enviados ao mercado desde que o anúncio da fusão foi feito em outubro do ano passado.

Apesar disso, as ações da Oi exibiam forte alta nesta quarta-feira, com as ações ordinárias avançando 5,61 por cento às 16h14, enquanto as preferenciais tinham ganho de 6,60 por cento. O movimento ocorria depois que as ações preferenciais acumularam queda de mais de 13 por cento em março, enquanto as ordinárias perderam quase 20 por cento do valor no período.

O anúncio sobre o volume máximo de ações que será emitido foi feito horas depois da oferta ter sido retomada com aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que na noite da véspera anunciou revogação de suspensão determinada na semana passada.

O conselho de administração da Oi aprovou a emissão de um lote inicial formado por até 1.917.028.657 ações ordinárias e 3.834.057.315 ações preferenciais. Considerando os preços dos papéis no fechamento da terça-feira, apenas este lote pode alcançar 16,8 bilhões de reais.


Pela autorização do conselho, a operação pode ainda ser ampliada com lotes suplementar -- mais 287.554.298 ações ON e 575.108.597 ações PN -- e adicional -- mais 383.405.731 papéis ON e 766.811.463 PN.

Estratégia

Na opinião de um analista que não quis se identificar, a emissão maior faz parte da estratégia da empresa de criar uma margem para conseguir captar os 14 bilhões de reais, mesmo se houver desvalorização dos papéis até a operação ser realizada. "O mercado está seletivo demais, está escolhendo muito os papéis", disse. "Na minha opinião, não vai haver demanda para tudo isso e se houver, o preço vai ter que ser inferior", disse o analista.

Segundo cálculos do analista da Banrisul Corretora, Fábio Gonçalves, para a Oi atingir o objetivo de 14 bilhões de reais no aumento de capital, o preço dos papéis deverá ser definido no procedimento de bookbuilding com um deságio de 36 por cento em relação ao preço atual.

"Se o aumento de capital será maior que o mercado esperava e que a própria empresa tinha anunciado, é uma notícia negativa porque tende a diluir ainda mais o capital", disse Gonçalves, ressalvando que a alta desta quarta-feira se deu devido a ajustes por conta da alta volatilidade das ações da empresa nos últimos dias, podendo haver reversão de tendência nos próximos pregões.

O aumento de capital na fusão com a Portugal Telecom tem entre os objetivos ajudar as finanças da Oi e de seus controladores.

A companhia encerrou 2013 com dívida líquida de mais de 30 bilhões de reais, ano em que decidiu cortar sua política de dividendos.

Na véspera, fontes afirmaram ao IFR que alguns dos bancos -- Bradesco, Goldman Sachs e Itaú -- que teriam assinado um compromisso com a Oi para garantir a oferta de ações estavam considerando se retirar da operação.

As dúvidas das instituições surgiram em meio a esclarecimentos da CVM sobre a operação, definida pelos coordenadores como sendo de "garantia firme de colocação". Porém, segundo a autarquia, este regime não se enquadra nas características da oferta pois os bancos somente garantiram a aquisição de ações da Oi caso haja demanda para pelo menos 100 por cento da oferta.

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