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Oferta de ações da Braskem volta à mesa para saída de acionistas

A Novonor, ex-Odebrecht, contratou o Morgan Stanley para vender sua participação de 38,3% na Braskem como parte dos esforços para se recuperar

O plano de oferta pública do capital da Braskem já havia sido considerado em 2019, e precisaria da unificação das classes de ações e listagem da empresa no “Novo Mercado” (Germano Luders/Exame)

O plano de oferta pública do capital da Braskem já havia sido considerado em 2019, e precisaria da unificação das classes de ações e listagem da empresa no “Novo Mercado” (Germano Luders/Exame)

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Bloomberg

Publicado em 19 de agosto de 2021 às 14h00.

Última atualização em 19 de agosto de 2021 às 14h00.

Uma oferta pública de ações está de volta como uma possível estratégia de saída dos acionistas controladores de uma das maiores petroquímicas do mundo, a Braskem, segundo pessoas a par do assunto.

A Novonor, ex-Odebrecht, contratou o Morgan Stanley para vender sua participação de 38,3% na Braskem como parte dos esforços para se recuperar após o escândalo de corrupção no Brasil, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas, pois as discussões não são públicas. A Petrobras, que tem 36,1% da Braskem, confirmou a contratação da JPMorgan.

A Petrobras e a Novonor não responderam imediatamente a pedidos de comentários.

Uma venda pode assumir diferentes formatos. Um deles é uma transação privada. Mas isso está se tornando caro para os compradores em potencial, já que o valor de mercado da Braskem mais do que dobrou este ano, para US$ 7,9 bilhões, e pode forçar uma oferta pública para todas as ações.

Outra opção é vender a Braskem em pedaços para atrair compradores que não estão interessados ​​em todo o negócio, embora isso possa deixar os proprietários com alguns ativos difíceis de vender, disseram as pessoas.

Agora, uma alternativa de volta à mesa é uma venda pública coordenada de ações, com a Novonor e a Petrobras vendendo partes de suas participações no mercado em muitas transações. Essa opção tem apelo para a Petrobras, empresa estatal que precisa prestar contas aos contribuintes, após a venda com sucesso de sua unidade de distribuição de combustível de maneira semelhante.

Ainda assim, a opção de oferta pública também apresenta algumas complicações. A Novonor tem 50,1% do capital votante, enquanto a Petrobras tem 47%, com controle dividido por acordo de acionistas. Esse pacto precisaria ser revisto e a governança corporativa melhorada.

O plano de oferta pública do capital da Braskem já havia sido considerado em 2019, e precisaria da unificação das classes de ações e listagem da empresa no “Novo Mercado” da B3, disse à época a diretora Anelise Lara. A ideia seria criar uma corporação com controle pulverizado no mercado, disse ela.

Não há decisão sobre o modelo de venda e qualquer transação levaria tempo para acontecer.

A Braskem é um ativo valioso para a Novonor, um conglomerado que está lutando para se recuperar após o escândalo de corrupção que deixou a indústria da construção de joelhos e levou muitos executivos à cadeia. A Novonor pagou milhões em multas em outros países da América Latina e viu seu pipeline de projetos diminuir. As participações da Braskem na Novonor são dadas como garantia para empréstimos de bancos brasileiros, incluindo o banco de desenvolvimento BNDES.

Novonor e Petrobras vem tentando vender a Braskem há anos, sem sucesso

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