Mercados

OAS abre espaço para emissão de brasileiras com rating baixo

A demanda por títulos de grau especulativo secou este ano com intervenções em bancos e calotes que elevaram os custos de financiamento das empresas com classificação junk


	A OAS, com classificação cinco níveis abaixo do grau de investimento pela Fitch Ratings, pode vender esta semana títulos de sete anos com taxa entre 8,5% e 9%
 (Miguel Medina/AFP)

A OAS, com classificação cinco níveis abaixo do grau de investimento pela Fitch Ratings, pode vender esta semana títulos de sete anos com taxa entre 8,5% e 9% (Miguel Medina/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2012 às 09h25.

Nova York - A captação externa da OAS SA, a primeira de um emissor novato sem classificação de grau de investimento em 16 meses, demonstra o interesse crescente pelos projetos de infraestrutura do país, que somam R$ 1 trilhão.

A OAS, com classificação cinco níveis abaixo do grau de investimento pela Fitch Ratings, pode vender esta semana títulos de sete anos com taxa entre 8,5 por cento e 9 por cento, segundo uma pessoa familiarizada com a operação.

A demanda no Brasil por títulos de grau especulativo secou este ano em meio a intervenções em bancos e calotes que elevaram os custos de financiamento das empresas com classificação junk ao nível mais alto em oito meses. Emissores estreantes de alto rendimento venderam mais de US$ 5,3 bilhões em dívida em 2010 e 2011, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A OAS, com sede em São Paulo, provavelmente vai ser bem sucedida enquanto empresas com classificações similares, como Grupo Farias e pela Rodopa Exportação de Alimentos & Logística Ltda., fracassaram. A empresa do setor de construção deve se beneficiar do plano do governo de construir rodovias, estádios e aeroportos entre os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, segundo a Bulltick Capital Markets.

Com US$ 8,7 bilhões em contratos, a OAS está aproveitando a demanda dos investidores por alternativas de maior rendimento, enquanto bancos centrais na Europa e Estados Unidos mantêm suas taxas próximas à zero para estimular o crescimento. Empresas de mercados emergentes venderam um recorde de US$ 317 bilhões em dívida no exterior este ano.

“É uma história que agora todo mundo gosta de ouvir”, disse Klaus Spielkamp, operador de renda fixa na Bulltick, em entrevista por telefone de Miami. “É um setor que está atraindo muita atenção. Mesmo investidores que não conhecem a empresa querem ouvir a história. Vai haver muito interesse”.

Refinanciamento

A OAS vai usar os recursos da captação para refinanciar empréstimos e para projetos, segundo a pessoa, que pediu para não ser identificada porque os termos não foram fechados. A empresa pretende vender pelo menos US$ 300 milhões em títulos, segundo a Fitch.

Um representante da OAS que pediu para não ser identificado em obediência à política da empresa não quis comentar a operação.

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingB3Bancosbolsas-de-valoresDebênturesDívidas empresariaisEmpresasEmpresas brasileirasFinançasFitchMercado financeiroOAS

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol