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O supercomputador criado para sacudir o mercado mexicano

Um computador de US$ 350.000 foi construído para sacudir o mercado de ações do país


	Internet: algoritmo utilizado pelo aparelho compra e vende ações automaticamente quando identifica uma operação atraente e tem por objetivo revolucionar o mercado
 (Getty Images)

Internet: algoritmo utilizado pelo aparelho compra e vende ações automaticamente quando identifica uma operação atraente e tem por objetivo revolucionar o mercado (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2016 às 21h02.

Em uma rua residencial fechada a cerca de uma hora de viagem ao sul do principal distrito financeiro da Cidade do México mora o Breogan, um computador de US$ 350.000 construído por Alberto Alonso para sacudir o mercado de ações do país.

Alonso, 32, criou a máquina e o software que roda nela com um time de intelectuais que inclui um físico atmosférico e um especialista em robótica.

O algoritmo utilizado pelo aparelho compra e vende ações automaticamente quando identifica uma operação atraente e tem por objetivo revolucionar um mercado em que os negócios muitas vezes ainda são feitos pelo telefone, e não pelo computador.

“O México ainda não é lugar para nerds, mas me dê uma chance”, disse Alonso, em entrevista, de jeans e camiseta para fora da calça, parecendo mais um estudante universitário do que um trader de Wall Street.

Alonso busca transformar um mercado que ficou para trás do restante do mundo no que diz respeito à negociação de ações por meio de computadores. Embora tenha cortejado traders algorítmicos ativamente, a Bolsa Mexicana de Valores está pelo menos uma década atrás dos EUA em termos de automação, segundo Larry Tabb, fundador da empresa de pesquisas Tabb Group.

Alonso, que opera seu computador em modo de teste com um número limitado de ações, diz que devido à peculiaridade do mercado mexicano ele será capaz de gerar dinheiro com seu computador quando este estiver funcionando plenamente. Cerca de um quarto do volume de operação local vem de empresas que também negociam em outros países -- incluindo nomes americanos como Apple e Facebook --, o que abre uma oportunidade de arbitragem para computadores rápidos o suficiente para detectar discrepâncias nos preços de ações denominadas em pesos mexicanos e dólares. Em teoria, qualquer diferença é uma chance de ganhar dinheiro com uma aposta na redução do diferencial.

Essas operações se tornam ainda mais atraentes em momentos de alta volatilidade cambial, segundo Alfredo Guillén, diretor de operações de mercados de ações da operadora da bolsa de valores do México.

“Quanto mais volatilidade na taxa de câmbio, mais operações”, disse Guillén. Um indicador das oscilações do peso atingiu a maior alta em quatro anos em abril. A moeda mexicana registrava uma queda de 0,7 por cento, para 18,247 por dólar, às 10h50 desta quinta-feira em Nova York. O IPC, índice de referência acionário do país, caiu 0,6 por cento.

Esse segmento do mercado onde os títulos globais são negociados no México é o Sistema Internacional de Cotações, conhecido como SIC. Embora haja participação de investidores dos EUA, a plataforma permite que os mexicanos comprem títulos globais sem abrir uma conta internacional. O sistema está em funcionamento desde 2003.

O uso do Breogan e de algoritmos para estimular o volume de transações no SIC além dos nomes mais populares teria um impacto significativo no mercado, segundo Irving Cortes, amigo de Alonso que trabalhava com ele na empresa financeira focada em derivativos DerFin, na Cidade do México, e que ainda colabora com ele na sua função atual de administrador da CM Derivados.

“Trata-se de uma enorme oportunidade”, disse ele, citando “uma grande quantidade de traders da velha guarda” do México.

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