BOVESPA: o Ibovespa poderá voltar para perto dos 70.000 se a Previdência passar sem grandes mudanças / (Germano Lüders/Exame)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2017 às 06h40.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h39.
Até quando a volta vai balançar ao sabor das notícias sobre a reforma da Previdência, como aconteceu nos últimos dias? A percepção de que o Palácio do Planalto terá dificuldade em somar votos suficientes para aprovar o texto da reforma na Câmara tem levado a uma queda nas ações. Segundo analista e gestores ouvidos por EXAME Hoje, os próximos dias não devem ser muito diferentes.
“O mercado segue muito atento porque incorporou grande parte da reforma da previdência no preço das ações. A aprovação da reforma também mostraria a capacidade do governo de fazer o congresso mudar de opinião sobre outras reformas”, diz Luis Gustavo Pereira, estrategista da corretora Guide.
Na semana passada, o Ibovespa fechou com queda de 0,60% – um alívio, já que chegou a cair 1,5% na quarta-feira quando o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o número de deputados favoráveis à reforma não chegava a 100. Para analistas, se novas notícias positivas de que a reforma está para ser aprovada sem grandes mudanças, o Ibovespa poderá voltar aos 69.000 pontos a que chegou em janeiro deste ano.
Mas, a cada nova concessão feita para que a reforma seja aprovada, mais a bolsa deve recuar, podendo voltar até mesmo aos patamares do início de dezembro – antes de o governo apresentar o projeto. Na época, o Ibovespa estava nos 59.000 pontos, ante os 64.500 atuais. Gestores não gostam nem de imaginar o que aconteceria com a bolsa caso a reforma não passe, num cenário que levaria o Brasil a mais um ano de recessão em 2017.
De qualquer forma, o ano tende a ser pautado por temas políticos mesmo depois de o Congresso decidir sobre as novas regras para aposentadoria. Estão na fila a reforma trabalhista, a tributária e uma série de microrreformas, como mostra a última edição de EXAME. No segundo semestre os investidores devem começar a olhar também para os nomes que irão compor a disputa pela presidência em 2018. A bolsa, portanto, continuará olhando para Brasília.