São Paulo - Um relatório do Brasil Plural afirma que o setor imobiliário na América Latina vive um momento de “construção de um império”. Apesar de ainda estar no começo, Caimi Reis e Louise Oliveira, que assinam a análise, afirmam que “os caminhos para a futura dominância e a identidade de alguns prováveis vencedores começam a se tornar evidentes”. Veja a seguir as perspectivas da equipe do Brasil Plural para 12 empresas do setor do Brasil e da América Latina.
A BR Malls (BRML3) é a empresa melhor posicionada para tirar vantagem da consolidação que é vista no horizonte. “Nós vemos a equipe de gestão com sólida experiência de mais de 40 aquisições e sua plataforma institucionalizada de fusões e aquisições como vantagens competitivas”, afirmam os analistas. Além disso, os analistas destacam que como a maior participante na indústria de shoppings centers, a empresa tem maior capacidade de criar valor durante uma desaceleração do mercado. O Brasil Plural também avalia que o mercado ainda não precifica qualquer valor sobre o potencial de a companhia se tornar um alvo de novos participantes internacionais ou produzindo novas fusões e aquisições para o crescimento. Recomendação: overweight Preço-alvo: 30 reais Potencial de valorização: 41%
O Brasil Plural acredita que a Aliansce (ALSC3) tem uma grande probabilidade de se beneficiar do cenário de fusões e aquisições, mas ressaltam que a administração da empresa agora pretende dar um maior foco ao desenvolvimento e deixar as aquisições um pouco de lado. Ainda assim, os analistas chamam a atenção para o fato de que os contratos da Aliansce ainda estão em um nível superior ao do mercado e que não sofreram com os reajustes que pressionaram os spreads no setor. A boa notícia é que isso ainda não foi precificado pelo mercado. Recomendação: overweight Preço-alvo: 29 reais Potencial de valorização: 41%
Em relação à Multiplan (MULT3), os analistas destacam seu portfólio superior e defensivo da empresa, que deve ser um dos mais resistentes no caso de uma recessão econômica prolongada. Recomendação: equalweight Preço-alvo: 57 reais Potencial de valorização: 7%
O forte portfólio da Iguatemi (IGTA3) também deve ajuda a empresa a ser resiliente durante a crise econômica. Apesar da forte marca e histórico serem uma vantagem competitiva no processo de novos shoppings, os analistas fazem uma ressalva à alta exposição da empresa ao ambiente desafiador para novos projetos e sua pouca experiência em fusões e aquisições. Recomendação: equalweight Preço-alvo: 27 reais Potencial de valorização: 13%
Embora a forte posição de caixa da Sonae Sierra (SSBR3) possa ser estratégica, o banco acredita que a falta de histórico em fusões e aquisições levanta preocupações sobre a capacidade da empresa de se beneficiar do cenário de consolidação à frente. Os analistas lembram também que a empresa não anunciou nenhum plano de expansão desde seu IPO em 2011, o que sugere que a direção é conservadora em seu processo de tomada de decisão. Recomendação: underweight Preço-alvo: 25 reais Potencial de valorização: - 8%
Ao mesmo tempo em que os analistas dizem gostar da estratégia de expansão da General Shopping (GSHP3) por meio do inexplorado e menos competitivo mercado de outlets no Brasil, eles acreditam que seu elevado endividamento e sua exposição ao dólar são uma forte preocupação, ainda mais agora que os riscos cambiais estão mais elevados. Recomendação: underweight Preço-alvo: 11 reais Potencial de valorização: 3%
Na opinão dos analistas, a BR Properties (BRPR3) tem o maior potencial consolidador no setor imobiliário comercial. “A empresa tem uma direção experiente com sólido histórico”, afirmam os analistas. Além disso, eles ressaltam que a empresa tem a vantagem de ter maior poder de compra de qualquer um dos seus pares locais, de cerca de 1 bilhão de reais – muito acima das estimativas dos dois concorrentes combinadas. Recomendação: overweight Preço-alvo: 26 reais Potencial de valorização: 34%
Em relação à Cyrela Commercial Properties (CCPR3), os analistas afirmam gostar da crescente exposição ao segmento de shoppings centers, que deve representar um terço das receitas da empresa em 2016. “Apesar de reconhecermos que a maior parte do seu portfólio está ligada à construção sob demanda para indústrias, a fila de projetos da empresa para escritórios e shoppings é mais significativo – 30% e 78%, respectivamente”, explicam os analistas.
Recomendação: equalweight Preço-alvo: 27 reais Potencial de valorização: 14%
A Fibra Uno é a líder consolidadora líder no México. Seus pontos fortes, de acordo com os analistas, são: sua exposição à economia mexicana e a um mercado imobiliário atraente, sólido histórico de aquisições, forte poder de compra e relação superior com potenciais vendedores de propriedade no México. Recomendação: overweight Preço-alvo: 55 pesos mexicanos Potencial de valorização: 26%
Na opinião dos analistas, a Fibra Macquarie não oferece potencial de valorização no mercado atual. Um dos problemas levantados pelos analistas é o de que embora a equipe da empresa seja experiente do mercado financeiro, eles têm um histórico limitado no setor imobiliário. “Ainda que gostemos da estratégia da empresa de diversificar seus segmentos e de expandir para novos setores, não adianta nada se a Fibra Macquarie foi incapaz de anunciar aquisições desde seu IPO”, explicam. Recomendação: underweight Preço-alvo: 29 pesos mexicanos Potencial de valorização: -8%
A Parque Arauco se destaca por estar cada vez mais exposta aos mercados de crescimento rápido da região andina do Peru e da Colômbia. Embora a empresa possa ser um grande consolidador nos mercados altamente fragmentados dos vizinhos, essa possibilidade de crescimento ainda não está incorporada nos preços das ações. Recomendação: overweight Preço-alvo: 1500 pesos chilenos Potencial de valorização: 33%
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