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O que acontece se a Redecard não sair da bolsa

Operação da Hipercard pode crescer no Itaú se OPA não for bem sucedida

Banco quer verticalizar o negócio para lidar melhor com um ambiente mais competitivo (Divulgação/Veja)

Banco quer verticalizar o negócio para lidar melhor com um ambiente mais competitivo (Divulgação/Veja)

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2012 às 14h22.

São Paulo – Em mais uma tentativa de explicar suas intenções com a retirada da Redecard (RDCD3) da bolsa, Roberto Egydio Setubal, presidente do Itaú Unibanco (ITUB3, ITUB4), falou para analistas em uma teleconferência realizada na manhã desta segunda-feira sobre seus planos para a empresa – ou para atuar fora dela.

Ao emitir comunicado na semana passada reafirmando o preço de 35 reais por ação da Redecard, o banco deixou os acionistas temorosos com a possibilidade apresentada de vender sua participação caso a OPA (Oferta Pública de Aquisição) não fosse bem sucedida.

O mercado leu como uma “ameaça” a atitude a ser tomada caso o mínimo necessário de acionistas da Redecard não venda seus papéis pelo valor ofertado, algo que Setubal tentou explicar na teleconferência. “O que estamos tentando fazer é tornar bastante claro e transparente nosso entendimento sobre a oferta para que o mercado possa tomar uma decisão madura”, disse.

O que poderia ter ficado sem explicação, porém, é por que o banco, interessado em ter toda a Redecard para si, desistiria da participação atual. Segundo Setubal, caso os acionistas não concordem com o valor oferecido, o banco entenderá que estará livre “para tomar outros caminhos”.

Hipercard

Uma das alternativas poderia ser tornar a Hipercard um concorrente da Redecard e da Cielo. Hoje a empresa que é 100% controlada pelo Itaú, já faz adquirência de cartões, mas detém apenas 5% de fatia de mercado. Fazer com que a empresa amplie sua participação e passe a capturar mais bandeiras é um processo “mais longo, porém possível”, ressaltou Setubal. “Se algo assim acontecer, deixaríamos de ser acionistas da Redecard”, indicou.


Seja tirando a Redecard da bolsa ou saindo do capital, a ideia do Itaú é verticalizar o negócio de cartões para, segundo o banco, lidar melhor com um ambiente que promete ser mais competitivo e arriscado a partir dos próximos meses.

Entre os riscos citados na teleconferência, por exemplo, o presidente do Itaú Unibanco citou que novas empresas devem entrar no mercado e que isso só não aconteceu ainda por falta de tempo desde o fim da exclusividade de captura de bandeiras. “Nossos estudos mostram que criar uma credenciadora do zero pode levar de 18 a 24 meses. Por isso, quem começou a se preparar naquela época, esta prestes a começar a operar agora”, afirmou.

Por isso, ter as operações inteiramente dentro do banco parece ser importante para o Itaú.

Governança

Esse foi, inclusive, um dos motivos citados para a desistência de tirar a Redecard do Novo Mercado. Essa era uma hipótese levantada caso os acionistas não topassem vender ações na OPA. Mas os executivos desistiram da manobra e a Redecard, se continuar aberta, seguirá também no Novo Mercado.

“Ficamos surpresos com a reação do mercado”, diz Setubal sobre a resposta de tirar a Redecard do mais alto nível de governança corporativa da bolsa. Além disso, afirma o executivo, como a ideia é verticalizar o negócio, tirar a empresa do Novo Mercado não adiantaria nada.

O leilão para a OPA da Redecard deve sair até agosto.

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