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O possível efeito nos mercados do fim da guerra da Ucrânia, segundo a Gavekal

Especialistas avaliam que conflito estaria mais próximo do fim, caso EUA diminua financiamento em eventual vitória de Trump

Soldados ucranianos: menor financiamento americano pode tornar conflito inviável para Kiev (Oliver Weiken/picture alliance /Getty Images)

Soldados ucranianos: menor financiamento americano pode tornar conflito inviável para Kiev (Oliver Weiken/picture alliance /Getty Images)

Publicado em 13 de março de 2024 às 14h23.

Última atualização em 13 de março de 2024 às 14h42.

O ex-presidente Donald Trump conseguiu confirmar nesta semana sua candidatura à Casa Branca ao garantir o número suficiente de delegados nas prévias eleitorais dos Estados Unidos. Caso ganhe a disputa contra o presidente Joe Biden, há a expectativa de que os Estados Unidos diminuam — ou até mesmo cessem — o envio de dinheiro à Ucrânia para o combate de forças russas. Após o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, afirmar que Trump não doará um centavo, a própria campanha do Republicano tem afirmado que a Europa deverá arcar com a maior parte dos custos.  Especialistas avaliam que, sem o financiamento americano, a guerra, que já dura dois anos, ficaria mais próxima do fim.

O início da guerra entre Rússia e Ucrânia fez os preços do petróleo dispararem em 2022, com a commodity chegando a bater US$ 139 dólares por barril. A alta foi motivada pela expectativa de que os embargos sobre Moscou reduzissem a oferta global de petróleo, com os russos ficando de fora desse mercado.

Petróleo e minério em alta

Só que um eventual fim da guerra, segundo a casa de análise Gavekal Research, não deverá levar os preços do petróleo a caírem. Um dos motivos é que a queda súbita de oferta de petróleo não foi confirmada, como inicialmente previsto, com a Rússia redirecionando suas exportações para países mais amigáveis, como Índia e China.

Para Louis Gave, CEO da Gavekal Research, o fim da guerra poderia, pelo contrário, levar a um aumento de preços no mercado de petróleo. "Numa economia de guerra, o objetivo tem de ser maximizar as exportações e as receitas. Se a Rússia já não precisasse financiar a guerra, talvez se juntasse à Arábia Saudita no sentido de ser mais disciplinada com suas exportações de petróleo, ajudando a aumentar os preços."

Gave também acredita que o fim da guerra levaria a um aumento de preços de matérias primas para a reconstrução de infraestruturas, como o minério de ferro, aço, cobre e cimento. Essa demanda, afirma, viria tanto da Ucrânia, com ajuda dos Estados Unidos e Europa, quanto do lado russo, na tentativa de solidificar as eventuais áreas conquistadas. "Qualquer território que a Rússia adquira estará entre os mais devastados da Ucrânia. Então, novamente, será necessário um programa de gastos pesados ​​em infraestrutura."

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