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'O mercado mais perigoso da minha carreira': por que investidor veterano está fugindo do S&P 500

Com 45 anos de experiência, Bill Smead alerta que o otimismo com grandes índices mascara riscos históricos e pode custar caro aos investidores desprevenidos

Publicado em 24 de maio de 2025 às 08h13.

O gestor veterano Bill Smead, com mais de quatro décadas de experiência em gestão de fundos, faz um alerta: ele considera que o atual momento dos mercados é o mais arriscado que já presenciou em sua carreira.

Enquanto atravessava o norte do Alabama em busca de novos cotistas para seu fundo, o Smead Value Fund, Smead compartilhou sua visão pouco otimista sobre o cenário atual para o Business Insider.

O investidor reconhece que o desempenho recente de sua carteira, afetada por setores como energia e construção, não ajuda na captação. Ainda assim, acredita que momentos de baixa são justamente quando surgem as melhores chances de ganho no longo prazo. “É quando a maré está baixa que se colhem os frutos da paciência”, argumenta.

O perigo por trás da euforia

Para Smead, o que mais preocupa é a confiança generalizada nos grandes índices de mercado, especialmente o S&P 500. Ele enxerga um risco oculto por trás da sequência de altas recentes.

“Ciclos longos de valorização constante criam a ilusão de que não há mais perigo — e esse é o erro mais comum que os investidores cometem", disse ele.

Com histórico de retornos expressivos em ciclos anteriores, Smead já demonstrou habilidade em capturar valor onde outros veem crise. Em anos anteriores, teve êxito ao investir em empresas deixadas de lado durante a pandemia, fugindo da tendência dominante das ações de tecnologia.

Fundamentos em alerta

Um dos pilares de sua análise é o nível atual dos múltiplos de preço das ações em relação aos lucros passados. O chamado CAPE, que considera uma média de dez anos, está em patamares que, historicamente, antecederam períodos de fracos retornos no longo prazo.

“Quanto mais caro está o mercado hoje, menor tende a ser o retorno futuro”, resume Smead.

Além disso, ele destaca o peso do comportamento de manada, impulsionado por altas aceleradas de ativos com forte apelo popular. Esse movimento tem inflado ainda mais os preços de empresas líderes, mesmo sem justificativa nos fundamentos.

Um ciclo que lembra outros — e talvez supere todos

Smead afirma que a intensidade do atual ciclo de valorização não encontra paralelo fácil. Ele compara o momento atual a períodos históricos de grande otimismo — como os anos 1920, o fim dos anos 1960 e o final dos anos 1990 — e sugere que a combinação de tecnologia, liquidez e redes sociais pode estar ampliando ainda mais os excessos.

“Em mais de 45 anos acompanhando os mercados, nunca vi um ambiente tão desconectado da realidade quanto agora”, conclui.

A recomendação, segundo ele, não é fugir dos mercados — mas sim escolher com muito mais cuidado onde e por que investir.

Para Smead, esse é o momento em que disciplina e paciência contam mais do que seguir a multidão.

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