Mercados

O mercado exagerou com a OGX e Eike Batista?

Para HSBC, os investidores podem estar pessimistas demais

Os papéis da empresa de petróleo do empresário Eike Batista já perderam quase 43% na bolsa

Os papéis da empresa de petróleo do empresário Eike Batista já perderam quase 43% na bolsa

DR

Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2012 às 12h24.

São Paulo – Os investidores podem ter exagerado na punição às ações da OGX (OGXP3) após a decepção com os detalhes de poços no campo Tubarão Azul, avalia a analista do HSBC, Anisa Redman em um relatório. Considerando a queda de ontem e o pior preço atingido até o momento nesta quinta-feira, os papéis da empresa de petróleo do empresário Eike Batista já perderam quase 43% na bolsa. O volume financeiro ontem foi 4 vezes acima do normal.

Após cinco meses de testes, a petroleira do empresário Eike Batista concluiu que a área em questão tem uma capacidade de vazão ideal de 5 mil barris de óleo equivalente por dia por poço para os dois primeiros poços nesse estágio inicial. Conforme apontam os analistas do Bank of America Merrill Lynch em relatório, a projeção inicial era de algo em torno de 15 mil a 20 mil barris por dia.

A visão do mercado

Segundo os cálculos de Anisa, considerando apenas a queda das ações na quarta-feira, a avaliação do mercado implicava em um corte de 63% nas metas de produção da OGX (ante a premissa de 40% do HSBC), preço do barril de petróleo tipo Brent a 53 dólares (ante 94 dólares no mercado e a projeção de 90 dólares do banco), 30% da probabilidade de estimativas de sucesso da empresa, aumentos de 140% nas despesas operacionais e um crescimento de 190% nos investimentos ao longo das vidas dos projetos.

As ações caíram mais 20% nesta quinta-feira, o que sugere uma visão ainda pior para os indicadores. Para a analista, o mercado “está precificando premissas muito pessimistas”. Ela cortou o preço-alvo para as ações em 27%, de 22 reais para 16 reais, para refletir a redução pela metade na meta de vazão para Tubarão Azul. O HSBC também passou a considerar uma diminuição de 40% sobre as metas anuais de produção da empresa no cálculo. O desconto anterior era de 20%.


O novo preço-alvo calculado pela analista implica um retorno potencial de 156% na comparação com o fechamento de ontem. A recomendação de alocação acima da média no médio prazo continua. “No curto prazo, porém, a ação pode continuar a sentir a pressão”, pondera Anisa. No ano, os papéis da OGX acumulam uma desvalorização de 63%.

Rebaixamentos

Além do HSBC, o Bank of America reduziu o preço-alvo para a ação em mais de 60%, de 19,50 reais para 7,30 reais, e mudaram a recomendação de neutra para underperform (desempenho esperado abaixo do mercado).

Os analistas do Santander Christian Audi e Vicente Falanga Neto também receberam mal a notícia e reduziram a recomendação dos papéis de compra para manutenção. O preço-alvo de 21 reais projetado para o final desse ano saiu de cena e passou para 12,50 reais para o final de 2013.

O JPMorgan rebaixou a OGX do equivalente a compra para o equivalente a manutenção. O preço-alvo por ação em 12 meses é de 7,50 reais. O BB Investimentos disse que ainda está calculando um novo preço-alvo.

Acompanhe tudo sobre:Análises fundamentalistasB3bolsas-de-valoresCombustíveisEike BatistaEmpresáriosEmpresasIndústria do petróleoMercado financeiroMMXOGpar (ex-OGX)OGXP3OSXPersonalidadesPetróleo

Mais de Mercados

BRF compra planta de processados na China por R$ 460 milhões para expandir atuação na Ásia

A estratégia do C6 Bank para crescer com IA generativa

JP Morgan diz que pacote fiscal 'não recuperou credibilidade' e projeta Selic a 14,25%

Dólar hoje: fechou em alta nesta quinta-feira, 28