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‘O mercado está barato’, diz nova carta da Verde, de Stuhlberger

Cenário local continua com ‘doses altíssimas de incerteza’, mas há espaço para manter posições e incrementar risco do portfólio, indica a gestora

Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset e gestor do Fundo Verde, um dos mais rentáveis fundos do país há mais de duas décadas | Foto: Patricia Monteiro/ Bloomberg (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset e gestor do Fundo Verde, um dos mais rentáveis fundos do país há mais de duas décadas | Foto: Patricia Monteiro/ Bloomberg (Patricia Monteiro/Bloomberg)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 9 de setembro de 2021 às 19h05.

Última atualização em 9 de setembro de 2021 às 23h14.

O cenário de instabilidade política e fiscal no Brasil derrubou o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, em 11,8% desde sua máxima histórica, em junho deste ano. Com os preços dos ativos em baixa, o investidor fica na dúvida se é o momento de ir às compras ou ser mais cauteloso diante das incertezas.

Para a Verde Asset, do experiente e bem-sucedido gestor Luis Stuhlberger, o cenário ainda oferece oportunidades. “O mercado está mais barato, mas não estupidamente barato (se vai chegar nesse nível é talvez a pergunta mais relevante)”, diz a carta de agosto da gestora, divulgada nesta quinta-feira, 9 de setembro.

Segundo o time da Verde, há prêmio suficiente no mercado acionário e na parte intermediária da curva de juro real para manter as posições atuais, e incrementar aos poucos o risco do portfólio. Ainda assim, o cenário local continua com “doses altíssimas de incerteza”.

“O governo estimula as chamas de uma crise institucional, que leva à corrosão dos pilares do equilíbrio fiscal, num contexto macroeconômico de complexidade acima do normal: pior ano de chuvas nas séries históricas, geadas em partes do país e problemas globais com cadeias de suprimento”, destaca o documento.

O resultado é que o mercado aumentou o prêmio de risco exigido no rendimento dos ativos. As perspectivas para os lucros das empresas são positivas no curto prazo, mas isso não tem sido suficiente para sustentar a bolsa. 

A explicação? “Temos uma alta muito forte das taxas de juros na curva, estimulada por inflação persistente e maior risco fiscal, com os constantes ataques ao teto dos gastos”, diz a carta.

A gestora aponta que o IMA-B 5+, índice de taxas de juro reais de longo prazo, cai aproximadamente 7% no ano, enquanto as NTN-Bs no meio da curva estão em torno de 4,50% – um nível considerado já bastante alto.

Porém o documento traz um contraponto. “Apesar dos desafios da alta da inflação e da pressão sobre o Banco Central, é difícil acreditar que esse nível de juro real será sustentável nos próximos anos. Ou a inflação vai ser mais alta ou o nominal vai ser mais baixo”.

O Fundo Verde é um dos mais longevos e rentáveis da indústria de fundos do país. Lançado em 1997, acumula rentabilidade de 18.903,72%, enquanto o CDI no período teve variação de 2.271,57%.

No mês de agosto, o Fundo Verde teve rentabilidade positiva de 0,33%, com desempenho de 1,62% no acumulado de 2021. O CDI no mesmo período rendeu 2,06%. A gestora destaca que teve ganhos nas posições tomadas em juros nos mercados desenvolvidos. As perdas no mês vieram das posições no Brasil, particularmente em ações, mas também no juro real e na moeda.

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