MICHEL TEMER: PSDB e PSB estudam uma forma de apoiar seu governo, sem precisar assumir cargos /
Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2016 às 06h11.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h33.
Passaram-se só 48 horas, mas a bolsa está mais calma desde que a Câmara aprovou o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, no último domingo. O Ibovespa subiu 1% nesses dois dias. No início de março, o índice variava entre 3 a 5% a cada 24 horas.
Segundo analistas, a explicação é simples: as negociações agora seguem pautas mais racionais, acompanhando o desempenho dos mercados internacionais. Mas a expectativa é que o clima esquente novamente caso um governo Michel Temer entre em cena. Entraria em cena o “Kit Temer”.
“O mercado de ações vive de expectativas. Já precificou boa parte do impeachment, mas o sobe e desce pode voltar dependendo dos nomes indicados por Temer”, diz Carlos Muller, analista chefe da corretora Geral Investimentos.
Neste cenário, os mais otimistas estimam que o Ibovespa poderia passar dos atuais 53.000 pontos para os 65.000 pontos. Um dos setores que poderia contribuir para a valorização é o de infraestrutura. Empresas de logística como a CCR e a Ecorodovias, por essa teoria, seriam beneficiadas. “Um governo Temer tende a ser mais flexível nas negociações dessas concessões, trazendo retornos maiores”, diz Roberto Indech, analista da corretora Rico. “Empresas de energia elétrica também devem se dar bem”.
Ações do setor de varejo podem se favorecer com a expectativa de uma retomada no consumo. Empresas com bons resultados, como Lojas Renner e Lojas Americanas, tendem a valorizar ainda mais. Os papéis das estatais e dos bancos também fazem parte do “Kit Temer”.
Do lado das baixas, a expectativa é que setores como mineração e siderurgia, que subiram muito no cenário “pré-impeachment”, comecem a cair. As exportadoras também devem cair, influenciadas pela desvalorização do dólar. A bolsa pode ficar até mais racional se Temer assumir, mas não será a mesma.