Escritório da startup sueca Klarna (Klarna/Divulgação)
Redatora na Exame
Publicado em 6 de março de 2025 às 09h44.
Última atualização em 6 de março de 2025 às 09h48.
A fintech sueca Klarna, conhecida por popularizar o parcelamento de pagamentos no exterior, quer levantar pelo menos US$ 1 bilhão em uma oferta pública inicial (IPO) de ações nos Estados Unidos. A operação deve testar o apetite dos investidores por estreias na Bolsa de empresas de tecnologia, que tiveram um recorde em 2021 e depois desaceleraram e vai desafiar um mercado bastante volátil em meio às incertezas com as medidas de Donald Trump.
De acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg, o processo de abertura de capital deve ser registrado publicamente já na próxima semana.
Fundada na Suécia há 20 anos, a Klarna acumulou mais de 85 milhões de clientes ao redor do mundo e 600.000 parceiros comerciais com seus empréstimos no modelo "compre agora, pague depois". Na prática, os usuários do seu serviço podem fazer uma compra e dividir os pagamentos em parcelas iguais e sem juros.
A modalidade, comum no mercado brasileiro, é bem menos comum em outros países – e ganhou apelo em menos à disparada da inflação nos países desenvolvidos no pós-pandemia.
Em novembro, a empresa comunicou que registrou, de forma confidencial, um pedido de IPO junto à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. A empresa está trabalhando na listagem com cerca de 15 bancos, liderados pelo Goldman Sachs, JPMorgan Chase e Morgan Stanley, ainda segundo a Bloomberg.
Com sua listagem na Bolsa de Valores de Nova York, que deve ser precificada no começo de abril, a companhia espera conseguir uma avaliação de valor de mercado de US$ 15 bilhões.
Nos últimos anos, as estimativas sobre o valuation da empresa oscilaram bastante. Seu valor de mercado chegou a US$ 45,6 bilhões em uma rodada de investimentos em 2021, mas despencou para US$ 6,7 bilhões em uma captação no ano seguinte. Em 2024, analistas estimavam um valor de cerca de US$ 14,6 bilhões.
A Klarna tem se preparado para o IPO desde 2023, quando estabeleceu uma holding no Reino Unido. Desde então, a empresa se desfez de alguns negócios para focar em serviços de pagamento e inteligência artificial. Nos últimos meses, a companhia vendeu seu negócio Checkout por cerca de US$ 520 milhões e adquiriu a Laybuy, uma fornecedora de serviços de "compre agora, pague depois" da Nova Zelândia.
No mês passado, o CEO da companhia, Sebastian Siemiatkowski, afirmou que cogita também uma expansão para o mercado de criptomoedas. Ele publicou a frase “eu desisto” na plataforma de mídia social X em 8 de fevereiro, dizendo que a Klarna “vai abraçar as criptos.”
Segundo a Bloomberg, outras fintechs, como Chime Financial e Zilch Technology, estão considerando abrir capital neste ano.