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O dólar pode chegar a R$ 5,30? Saiba o que esperar da moeda com o relatório de empregos dos EUA

Desempenho do dólar no mercado está intrinsecamente ligado à divulgação de dados econômicos importantes, como o payroll, que pode mexer com as expectativas do mercado em relação à política monetária do Fed

Publicado em 3 de julho de 2025 às 08h51.

Última atualização em 3 de julho de 2025 às 08h54.

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O dólar começou o mês de julho em forte queda. Na quarta-feira, 2, a moeda americana fechou em R$ 5,42, seu menor valor em dez meses. Agora, a expectativa é que a divisa atinja o patamar de R$ 5,30, um cenário que reflete as expectativas de uma política monetária mais dovish por parte do Federal Reserve (Fed) e o fortalecimento do real frente à moeda americana. A desvalorização também reflete o impacto das expectativas do mercado sobre o payroll dos EUA e o futuro da política monetária americana, que vem influenciando os mercados financeiros globalmente.

Cristiano Oliveira, do Banco Pine, prevê o dólar em R$ 5,33 até meados de agosto, segundo o Valor Econômico. De acordo com ele, os modelos de curto prazo apontam para uma valorização adicional do real, refletindo as expectativas de um cenário global mais favorável às moedas emergentes.  

O impacto do payroll  

O desempenho do dólar no mercado está intrinsecamente ligado à divulgação de dados econômicos importantes, como o payroll, que pode mexer com as expectativas do mercado em relação à política monetária do Fed.

Se o payroll vier mais fraco do que o esperado, o mercado pode interpretar que o Fed terá mais margem para cortar juros, o que enfraqueceria o dólar e beneficiaria o real. Já se o payroll surpreender positivamente, a percepção é de que o Fed manterá os juros elevados por mais tempo, o que pode fortalecer o dólar.

O cenário de juros e crescimento econômico nos EUA continua sendo o principal fator para as movimentações do câmbio. A decisão do Fed de manter ou cortar os juros pode ser determinante para a trajetória do dólar nos próximos meses. A expectativa de que o mercado de trabalho dos EUA não esteja tão aquecido quanto se esperava pode reforçar as apostas de que o banco central americano pode adotar uma postura mais flexível.

Fatores internos e externos que afetam a moeda

Além do impacto da política monetária do Fed, o cenário fiscal do Brasil também tem gerado incertezas sobre o futuro do câmbio. A situação fiscal interna continua sendo um desafio para a valorização do real, embora as tensões políticas locais não estejam afetando diretamente a confiança dos investidores no mercado cambial.

O relatório de acompanhamento fiscal da Instituição Fiscal Independente (IFI) aponta que o Brasil enfrenta uma desaceleração econômica, o que poderia aumentar a pressão sobre o real. No entanto, a força do dólar nas economias globais e a expectativa de cortes de juros no exterior ainda são fatores que contribuem para a valorização do real frente à moeda americana.

Por outro lado, a recuperação econômica de algumas regiões, como a Zona do Euro, também tem pressionado a desvalorização do dólar. O euro tem se fortalecido, contrariando as previsões de paridade com o dólar, e a moeda americana, que sempre foi a principal reserva de valor mundial, vê sua força diminuir devido à desdolarização gradual observada nos últimos anos.

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