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O balanço do Nubank foi só elogios (de novo) — ações do banco sobem

Para analistas, o 'roxinho' surpreendeu ao conciliar crescimento de lucro e receitas com indicadores saudáveis de inadimplência

Nubank: lucro cresceu mais de 40% no 3º trimestre

Nubank: lucro cresceu mais de 40% no 3º trimestre

Mitchel Diniz
Mitchel Diniz

Editor de Invest

Publicado em 14 de novembro de 2025 às 08h58.

Por mais um trimestre, o balanço do Nubank foi só elogios entre os analistas do sell side. O lucro do período entre julho e setembro deste ano foi foi de US$ 782,5 milhões, com alta de 41,4% ano a ano.

O Itaú BBA previa lucro de US$ 670 milhões para o Nubank no terceiro trimestre. A estimativa foi superada pois o custo de crédito do banco foi mais baixo no período e o balanço mostrou mais eficiência.

Chamou a atenção do BBA, porém, a queda  de 7% nas provisões do banco, dado que a originação de crédito teve um crescimento de dois dígitos e o índice de inadimplência teve um leve aumento, para 6,8% nos empréstimos com mais de 90 dias de atraso.

A explicação, na avaliação do BBA, pode estar em uma maior cobertura de cartões de clientes com melhor qualidade de crédito.

No trimestre, o Nubank também conseguiu aumentar o volume de crédito recuperado, para US$ 137 milhões, o que indica que o banco tem implementado esforços nisso, avalia o BBA.

Outro ponto positivo, na visão do BBA, é que a receita média gerada por cliente no México já é quase a mesma que a do Brasil.

Além disso, o Nubank não só conseguiu aumentar em 9% o número de cartões ativos, ano a ano, como o volume de transações por cartão também aumentou 9% na mesma base de comparação.

"Isso indica êxito em esforços recentes para aumentar engajamento em cartões por limites maiores e mais recompensas", escreveram os analistas.

O Nubank tem aumentado o limite de crédito para clientes que aplicam dinheiro em suas caixinhas, o que aumenta as despesas com juros do banco, mas não impediu que a linha de receitas crescesse.

A principal surpresa do balanço do Nubank

Para o Safra, a redução das provisões foi a maior surpresa do balanço.

"O atual nível de custo de risco levantou questionamentos sobre sua sustentabilidade durante a teleconferência, que a empresa tentou abordar destacando algumas melhorias estruturais na análise de crédito, monitoramento de cortes e cobranças", escreveram os analistas do banco.

Na teleconferência, os administradores do Nubank explicaram que houve uma melhora nas técnicas de modelagem de crédito com a adoção de inteligência artificial. Isso contribui com a melhora na qualidade do crédito do portfólio, junto com a reativação de clientes anteriormente inadimplentes.

Na avaliação do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil a partir do ano que vem contribui com uma tendência de melhora dos indicadores de inadimplência do banco. Isso, somando a um avanço mais rápido do que o esperado das receitas, "sugere que tanto os nossos números quando as estimativas do mercado para 2026 já parecem conservadoras", diz o relatório do BTG.

Após a divulgação do balanço, que foi divulgado quando a sessão regular do mercado já havia encerrado, as ações do Nubank em Nova York chegaram a subir 3%, na contramão dos principais índices de Wall Street. 

 

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