Mercados

NY prevê aberturas em baixa com incertezas sobre Fed

O Fed voltou a reforçar a necessidade de mais indícios antes de o banco central reduzir as compras de ativos


	Sede da Nasdaq: às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro cedia 0,88%, o Nasdaq recuava 0,99% e o S&P 500 perdia 0,79%
 (Freya Ingrid Morales/Bloomberg)

Sede da Nasdaq: às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro cedia 0,88%, o Nasdaq recuava 0,99% e o S&P 500 perdia 0,79% (Freya Ingrid Morales/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2013 às 10h51.

Nova York - Os índices futuros apontam para uma abertura em baixa das bolsas norte-americanas nesta quinta-feira, dia de agenda cheia nos Estados Unidos. Em uma manhã agitada, com dados da produção industrial, inflação e nova surpresa com a queda dos pedidos de auxílio-desemprego, o presidente do Federal Reserve de Saint Louis, James Bullard, voltou a reforçar a necessidade de mais indícios antes de o banco central reduzir as compras de ativos. Às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro cedia 0,88%, o Nasdaq recuava 0,99% e o S&P 500 perdia 0,79%.

Em um café da manhã, Bullard, que é membro votante do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), voltou a destacar que o mercado de trabalho dos EUA tem "melhora substancial", como havia declarado ontem, mas se disse incerto com relação à direção do crescimento econômico e da inflação.

Ao contrário de outros colegas do Fed, Bullard não deu pistas mais claras sobre quando as compras de ativos podem ser reduzidas, o que contribui para aumentar a incerteza em Wall Street, mas muitos economistas seguem apostando na redução dos estímulos a partir do mês que vem.

Ontem, o índice Dow Jones teve a maior queda diária desde junho, em novo dia de baixo volume de negócios, em função das férias de verão e a temporada de balanços que está chegando perto do fim.

Os índices no mercado futuro, que começaram a manhã em queda, acentuaram as perdas após o anúncio dos primeiros indicadores do dia. A maratona de anúncios começou com os dados das solicitações de auxílio-desemprego na semana encerrada no dia 10. No período, os pedidos voltaram a surpreender e caíram para 320 mil, ante expectativa do mercado de que ficassem em 335 mil.


Foi o menor nível desde outubro de 2007 e um primeiro indício de que o mercado de trabalho pode ter começado agosto de maneira positiva. Também foi divulgado o índice de preço ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de julho. A inflação subiu 0,2% no mês passado ante junho, dentro da expectativa dos economistas.

Já a produção industrial de julho ficou inalterado ante o mês anterior, contrariando estimativa de que cresceria 0,2%. Ainda no setor manufatureiro, o índice de atividade industrial Empire State, calculado pelo Fed de Nova York, caiu para 8,24 em agosto, ajudando os futuros a ampliar as perdas. A perspectiva dos especialistas era de que ficasse em 10 pontos.

Para a chefe de investimento da corretora Charles Schwab, Liz Ann Sonderns, em meio aos vários indicadores recentes, as chances de redução no ritmo de compras de ativos pelo Fed em setembro são grandes. Liz fala que a redução inicial no nível de compras, atualmente em US$ 85 bilhões, deve ser em um montante pequeno. No mercado, fala-se em algo em torno de US$ 15 bilhões.

Para a economista, alguns indicadores têm dado sinais claros de que a atividade da economia norte-americana está se acelerando. Números de julho do setor manufatureiro e de serviços vieram acima do previsto e mostram recuperação real destes dois segmentos, avalia ela em um relatório.

Além disso, o consumo tende a crescer mais no terceiro trimestre. Já o setor imobiliário registrou uma certa esfriada nas últimas semanas o que, segundo Liz, está longe de ser um problema, já que havia preocupações entre os especialistas de que uma bolha pudesse estar se formando no segmento.


Sobre o setor imobiliário, logo após a abertura do mercado, às 11h (de Brasília), será divulgado o índice de confiança das construtoras de agosto. O banco RBC prevê que o indicador caia dos 57 pontos de julho para 54 neste mês. Uma das razões para a queda é o impacto nos empresários do setor de construção do recuo das hipotecas, que ocorreu por conta da elevação dos juros provocada pela expectativa de redução nas compras de ativos do Fed.

No noticiário corporativo, um dos destaques esta manhã é a rede de varejo Walmart, a maior dos EUA. A empresa divulgou lucro líquido de US$ 4,07 bilhões no seu segundo trimestre fiscal, aumento de 1,3% ante igual período do ano passado. As receitas somaram US$ 116,9 bilhões, expansão de 2,3%, menos que o previsto. Além disso, a rede varejista reduziu as estimativas de ganhos para seu ano fiscal. No pré-mercado, a ação da empresa perdia 2,62%.

Os papéis da empresa de tecnologia Cisco Systems são outro destaque de queda no pré-mercado, recuando 7,8%. Ontem, após o fechamento da bolsa, a empresa divulgou seu balanço e informou que iria demitir quatro mil funcionários, para cortar custos e se ajustar a um cenário global "desafiador". O lucro cresceu 18% para US$ 2,7 bilhões em seu quarto trimestre fiscal. As receitas aumentaram 6,2%.

Acompanhe tudo sobre:Fed – Federal Reserve SystemMercado financeiroMetrópoles globaisNasdaqNova York

Mais de Mercados

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol

JBS anuncia plano de investimento de US$ 2,5 bilhões na Nigéria