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NY deve abrir em baixa com pouca criação de empregos

A criação de postos de trabalho nos Estados Unidos no setor privado e veio bem abaixo do esperado pelos economistas


	Bolsa de Nova York: às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro perdia 0,30%, o Nasdaq recuava 0,22% e o S&P 500 tinha baixa de 0,32%
 (REUTERS/Brendan McDermid)

Bolsa de Nova York: às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro perdia 0,30%, o Nasdaq recuava 0,22% e o S&P 500 tinha baixa de 0,32% (REUTERS/Brendan McDermid)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2013 às 10h55.

Nova York - Os índices futuros apontam para uma abertura em baixa das bolsas norte-americanas nesta quarta-feira após a decepção com o relatório ADP, que mostra a criação de postos de trabalho nos Estados Unidos no setor privado e veio bem abaixo do esperado pelos economistas.

Às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro perdia 0,30%, o Nasdaq recuava 0,22% e o S&P 500 tinha baixa de 0,32%. O relatório ADP mostrou a criação de 135 mil vagas em maio, uma melhora em relação a abril, com 113 mil vagas. A previsão dos economistas era o anúncio de 170 mil novos postos para o mês passado.

Apesar de ter baixa correlação com o relatório geral de emprego (payroll), do Departamento de Trabalho, que sai na sexta-feira e inclui também o setor público, o ADP costuma ser monitorado por sinalizar algumas tendências do mercado de trabalho.

Cálculos feitos pelo Deutsche Bank mostram que, historicamente, o ADP e o payroll costumam ter uma diferença de até 80 mil postos, para cima ou para baixo, dependendo do mês.

O economista-chefe do banco, Joseph LaVorgna, está pessimista com o nível de emprego em maio, com base em uma análise histórica do mês, dos números de hoje e do atual cenário da economia. Ele vê o payroll de sexta-feira anunciando apenas 125 mil novos postos de trabalho.

Já o Departamento do Trabalho informou que a produtividade da mão de obra no país cresceu a uma taxa anual de 0,5% no primeiro trimestre de 2013, segundo dados finais.

Preliminarmente, havia sido estimada uma alta de 0,7%. Já o custo unitário da mão de obra recuou a uma taxa anual de 4,3% entre janeiro e março, ante o aumento de 0,5% divulgado anteriormente. As agências de notícias falam nesta manhã que foi a maior queda desde 1947.


Outro indicador que também deve ser acompanhado de perto hoje em busca de mais indícios do nível de emprego é o índice de atividade dos serviços (gerentes de compras) ISM, que sai às 11h (de Brasília).

A expectativa do RBC Capital Markets é que o número fique em 53 em maio, ante 53,1 em abril. O economista-chefe do banco, Tom Porcelli, diz que após o anúncio deste indicador é possível ter um quadro melhor da atividade no setor de serviços, um dos segmentos que mais criam empregos nos EUA. Após o ADP e o ISM de hoje, as previsões para o payroll de sexta-feira ficam um pouco mais balizadas, diz ele.

Também logo após a abertura do mercado, às 11h (de Brasília), saem as encomendas à indústria de abril. O banco BMO Capital Markets projeta recuperação dos pedidos, com crescimento de 2% naquele mês ante março, que foi um dos piores entre os últimos meses, quando as encomendas recuaram 4,4%.

O economista do BMO, Douglas Porter, destaca que o setor industrial tem enviado sinais mistos recentemente e parece estar crescendo em ritmo ainda mais moderado nesta primavera norte-americana.

Como exemplo, ele cita a queda do índice de atividade do setor de manufatura dos EUA (ISM, na sigla em inglês) para 49,0 em maio, de 50,7 em abril. Abaixo de 50, este número indica retração da atividade. Por outro lado, alguns segmentos, como o automobilístico e o de construção civil, têm mostrado melhora.


Outro indicador que promete dar um painel mais amplo da atividade norte-americana é o relatório Livro Bege, sobre as condições econômicas nos distritos do Federal Reserve (Fed). A divulgação será às 15h (de Brasília) e, em tempos de discussões intensas sobre os rumos futuros da política do Fed, deve ganhar mais atenção que em outros momentos.

No noticiário corporativo, o papel da IBM recuava 0,58% no pré-mercado. A empresa anunciou ontem a compra da SoftLayer, especializada na computação em nuvem.

O valor da aquisição não foi revelado, mas fontes próximas disseram ao The New York Times que a IBM teria pago US$ 2 bilhões. A operação foi a maior já feita na gestão da presidente Virginia Rometty, que assumiu o comando da IBM em janeiro de 2012, e deve ampliar a presença da companhia nesse mercado, dominado pela Amazon, que tem faturamento de US$ 2 bilhões por ano só com esse negócio, de acordo com estimativas do Barclays.

Já a montadora General Motors volta a ser destaque no pré-mercado, desta vez de queda. O papel recuava 0,72% nesta manhã. O Tesouro norte-americano informou hoje que vai vender 30 milhões de ações da GM, pois a empresa voltou a fazer parte do índice S&P 500 depois de quatro anos.

A fundação UAW Retiree Medical Benefits também anunciou a venda de 20 milhões de papéis até quinta-feira. Ontem, a ação da montadora era destaque de alta justamente por voltar a fazer parte do índice.

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