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NY abrirá sob temor de paralisação dos EUA

Investidores estão na expectativa por uma solução de última hora para a questão orçamentária do país


	Bolsa de Nova York: às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro perdia 0,95%
 (REUTERS/Brendan McDermid)

Bolsa de Nova York: às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro perdia 0,95% (REUTERS/Brendan McDermid)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2013 às 11h18.

Nova York - As bolsas norte-americanas devem iniciar o último pregão de setembro em queda, sinalizam os índices futuros. A semana, que terá agenda intensa de indicadores e vários discursos de dirigentes do Federal Reserve, começa com os investidores de olho em Washington, preocupados com uma possível paralisação do governo e na expectativa por uma solução de última hora para a questão orçamentária do país. Às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro perdia 0,95%, o Nasdaq recuava 0,90% e o S&P 500 cedia 0,92%.

Esta segunda-feira é o último dia do ano fiscal de 2013 nos EUA e as atenções estão todas voltadas para Washington, à espera do desfecho para a votação do Orçamento provisório no Congresso. O tema é manchete dos principais jornais do país. No início da madrugada de domingo, a Câmara dos Representantes, de maioria republicana, adiou por um ano a reforma no sistema de saúde, ponto em que o Senado, de maioria democrata, não concorda. O senador Harry Reid, líder da maioria democrata na casa, declarou ontem que o projeto não será aprovado e que o Senado tem a opinião pública a seu lado.

Na última sexta-feira, 27, o Senado aprovou o orçamento provisório com inclusão de investimentos para a reforma do sistema de saúde norte-americano. Os senadores devem se reunir hoje por volta das 15h (de Brasília) para discutir o projeto. Com isso, o Congresso teria poucas horas para chegar a um acordo e evitar uma paralisação no governo. A Casa Branca informou ontem que vetaria o orçamento sem as reformas do sistema de saúde, conhecido como Obamacare.

Caso se materialize, essa seria a primeira paralisação deste tipo em 17 anos, comprometendo vários serviços públicos nos EUA, incluindo a divulgação de indicadores econômicos, e o pagamento de salários aos servidores. "Uma paralisação, ainda que temporária, é bastante possível", afirma o economista-chefe do RBC Capital Markets, Tom Porcelli. "O risco de paralisação é crescente", afirma o economista do Bank of America Merrill Lynch, Ethan Harris, em um e-mail a clientes.

A avaliação dos economistas é que a já conhecida polarização entre democratas e republicanos nunca foi tão alta como agora. Para Porcelli, os entraves no Congresso nos últimos dias só contribuem para aumentar o temor sobre as negociações em Washington para a elevação do teto da dívida, que devem ocorrer em meados de outubro. "Não elevar o teto seria algo catastrófico", afirma Porcelli, destacando que o governo não conseguiria mais se financiar, comprometendo sua capacidade de saldar dívidas.

Além da discussão fiscal, a segunda-feira tem na agenda de indicadores alguns números da atividade regional dos EUA. Às 11h30 (de Brasília), o Federal Reserve de Dalas revela o índice de atividade das empresas, com dados de setembro.

Também após a abertura do pregão, às 10h45, será apresentado o índice ISM de atividade industrial de Chicago, região conhecida pelas empresas da cadeia automobilística. A expectativa da equipe de economistas do banco BMO Capital Markets é que o indicador continue melhorando, chegando a 54 em setembro, ante 53 em agosto. Se confirmada, a alta marcaria o terceiro mês consecutivo de melhora, reflexo do aumento das vendas de veículos nos EUA nos últimos meses, que atingiram níveis recordes.

Em busca de sinais mais claros sobre os rumos da política monetária dos EUA, a semana terá agenda importante com o presidente do Fed, Ben Bernanke, falando na quarta-feira, 2 de outubro, além de vários outros dirigentes com poder de voto nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). Entre os indicadores, o número mais esperado sai na sexta-feira, o relatório mensal de emprego (payroll), divulgado pelo Departamento de Trabalho.

No noticiário corporativo, a notícia do dia é a abertura de capital do Twitter. A expectativa é de que a empresa entre com a documentação nos órgãos regulatórios ainda esta semana e que o lançamento de ações ocorra no final de novembro, no que seria uma das maiores ofertas de ações dos últimos anos. A venda dos papéis do Twitter poderia render até US$ 1,7 bilhão. No pré-mercado, as ações das empresas de internet, que os investidores usam para comparar os múltiplos com o Twitter, operavam em queda nesta manhã. O Facebook recuava 1,52% e o LinkedIn perdia 1,16%.

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