Nvidia; Jensen Huang (Wikimedia Commons)
Agência
Publicado em 2 de setembro de 2025 às 15h54.
Última atualização em 2 de setembro de 2025 às 16h04.
A Nvidia divulgou o relatório financeiro do segundo trimestre do ano fiscal de 2026, que evidenciou o impacto negativo das restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos, especialmente em relação ao mercado chinês.
A empresa não vendeu nenhum chip H20 na China durante o período, o que resultou em uma queda de US$ 4 bilhões na sua receita. Restaram apenas US$ 180 milhões em vendas, provenientes da liquidação de estoques para clientes de outras regiões.
O H20, um dos principais produtos da Nvidia, foi desenvolvido como uma versão adaptada do acelerador de inteligência artificial (IA) da companhia. Esse chip chegou a representar 80% da receita da Nvidia na China.
No entanto, em abril, uma ordem do governo Trump suspendeu a comercialização do produto no país, interrompendo a principal fonte de faturamento da empresa na região. Essa mudança gerou um grande impacto nos resultados financeiros do segundo trimestre de 2026.
Em sua projeção para o terceiro trimestre, a Nvidia excluiu qualquer estimativa de receita proveniente da venda de chips de IA para a China. A decisão gerou críticas de analistas de Wall Street, que questionam a capacidade da empresa de manter sua expansão global sem o mercado chinês. Especialistas destacam que a ausência do maior mercado de tecnologia da Ásia pode afetar as perspectivas de crescimento da Nvidia no futuro.
A Nvidia tentou reverter o cenário com o relançamento do chip H20, e o CEO da empresa, Jensen Huang, visitou a China para reuniões e tentativas de diálogo político com o governo de Donald Trump.
No entanto, denúncias sobre supostos “backdoors” nos chips acabaram levando fornecedores a interromper a produção associada ao modelo. Isso complicou ainda mais a situação da empresa no país.
Apesar das dificuldades, a Nvidia planeja introduzir novos processadores Blackwell no mercado chinês, como alternativa ao H20. Contudo, enquanto persistirem as dúvidas sobre a segurança desses chips, especialistas avaliam que companhias estatais e grupos ligados ao governo chinês dificilmente firmarão novos contratos com a empresa.
O futuro da Nvidia na China permanece incerto, em meio ao agravamento das disputas comerciais entre Washington e Pequim. A empresa, que sempre viu a China como um mercado-chave para seus chips de IA, agora se encontra em uma posição delicada, dependendo da evolução das tensões geopolíticas entre as duas potências.