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‘Nvidia chinesa’ dispara: Cambricon cresce 4.000% e vale US$ 80 bilhões

Fabricante chinesa de semicondutores cresce em meio a sanções e busca reduzir dependência de tecnologia americana

Cambricon: fabricante chinesa de chips cresce em meio a restrições dos EUA à Nvidia (VCG/Getty Images)

Cambricon: fabricante chinesa de chips cresce em meio a restrições dos EUA à Nvidia (VCG/Getty Images)

Publicado em 27 de agosto de 2025 às 10h57.

A chinesa Cambricon alcançou lucro e faturamento recordes no primeiro semestre de 2025, em meio à corrida de rivais locais para reduzir a dependência da americana Nvidia no mercado de inteligência artificial.

De janeiro a junho, o faturamento da Cambricon saltou mais de 4.000% na comparação anual, para 2,88 bilhões de yuans (cerca de US$ 402,7 milhões). O lucro líquido do negócio chegou a 1,04 bilhão de yuans, o maior da história da companhia.

O crescimento da empresa reflete o esforço das companhias chinesas para buscar alternativas aos chips americanos, em meio à disputa tarifária entre Pequim e Washington.

Ainda assim, os números são modestos frente aos da rival americana Nvidia, que faturou US$ 44 bilhões entre fevereiro e abril e divulga balanço do segundo trimestre fiscal nesta quarta-feira, 27.

Mercado chinês

A Nvidia foi proibida no início do ano de vender o chip H20 para a China e, embora tenha recuperado a autorização, terá de compartilhar 15% da receita dessas vendas com o governo dos EUA.

Ao mesmo tempo, Pequim tem desestimulado as empresas locais a adquirirem o H20.

Diante desse cenário, gigantes de tecnologia da China recorrem tanto a chips nacionais quanto ao hardware da Nvidia que ainda conseguem obter, movimento que favorece concorrentes como a Cambricon.

As ações da empresa mais que dobraram no ano e a companhia adicionou mais de US$ 40 bilhões em valor de mercado, segundo informações da S&P Capital IQ. Sua capitalização de mercado gira em torno de US$ 80 bilhões.

Além do hardware, a Nvidia mantém vantagem no ecossistema de software usado por desenvolvedores. Para reduzir essa defasagem, a Cambricon afirmou que está expandindo sua oferta de programas e desenvolvendo chips de próxima geração.

Apesar do salto nos resultados, analistas apontam que rivais chineses ainda têm uma longa estrada pela frente. As restrições de exportação dos EUA limitam o acesso do país às técnicas mais avançadas de fabricação de chips, um obstáculo para reduzir a distância tecnológica em relação à Nvidia no longo prazo.

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