Repórter
Publicado em 25 de novembro de 2025 às 05h49.
As ações da Alphabet (GOOG) avançaram até 2,7% no pós-mercado após a divulgação de que a empresa está em negociações com a Meta Platforms (META) para fornecimento de TPUs (tensor processing units) a partir de 2027. Já os papéis da Nvidia (NVDA) recuaram até 2,7%, em meio à perspectiva de perda de participação no mercado de chips para inteligência artificial (IA).
Segundo analistas da Bloomberg Intelligence, o uso dos TPUs pela Meta indica que grandes fornecedores de modelos de linguagem podem recorrer ao Google como segundo fornecedor de chips de inferência.
A projeção é que, com um capex estimado de pelo menos US$ 100 bilhões para 2026, a Meta invista de US$ 40 bilhões a US$ 50 bilhões apenas em capacidade de chips de IA no ano seguinte. Esse volume pode acelerar o crescimento da demanda no Google Cloud em comparação a outros hyperscalers e concorrentes do setor.
A valorização da Alphabet impulsionou ações ligadas à sua cadeia de suprimentos.
A sul-coreana IsuPetasys, fornecedora de placas para a empresa, subiu 18%. A MediaTek, de Taiwan, avançou quase 5%. O movimento dos investidores reflete o otimismo com a adoção crescente de chips alternativos aos GPUs da Nvidia.
A Alphabet já havia firmado um contrato para fornecer até 1 milhão de TPUs à startup Anthropic. Analistas de mercado apontaram o negócio como um marco de validação para a arquitetura dos chips da Google. Agora, com a Meta como potencial cliente, o impacto no posicionamento da Nvidia tende a ser mais expressivo.
Os TPUs, antes usados exclusivamente em aplicações internas do Google, vêm sendo adaptados para uso comercial em escala. A nova fase da estratégia da Alphabet inclui a oferta desses chips para instalação direta em data centers de terceiros, visando atender clientes que exigem alto nível de controle sobre dados sensíveis.
O avanço da arquitetura própria da Alphabet se dá em um momento em que o mercado busca reduzir a dependência da Nvidia. Apesar da ampla adoção de seus GPUs, os concorrentes observam limitações na oferta e preços crescentes. A Google aposta em sua integração entre hardware (TPUs) e software (como o modelo Gemini) para capturar parte relevante dessa demanda.