Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 14 de novembro de 2022 às 07h38.
Última atualização em 14 de novembro de 2022 às 07h49.
As principais bolsas internacionais operam em tom misto na manhã desta segunda-feira, 14, com investidores cautelosos com a perspectiva dos próximos passos do Federal Reserve (Fed). Enquanto os índices da Europa sobem, impulsionados por minerados e montadoras, os futuros dos Estados Unidos caem após a melhor semana do S&P 500 desde junho.
O índice americano subiu 5,9% na semana passada, com investidores animados com a desaceleração acima da esperada para o Índice de Preço ao Consumidor dos Estados Unidos.
Nesta segunda-feira, o governador do Federal Reserve, Christopher Waller, disse que Fed pode considerar desacelerar o ritmo de aumentos de juros na próxima reunião, mas isso não deve ser visto como um freio no compromisso de redução da inflação.
Os investidores ficarão de olho na cúpula do Grupo dos 20 na Indonésia, onde se espera que o presidente dos EUA, Joe Biden, e o líder chinês Xi, se encontrem presencialmente pela primeira vez. Os mercados americanos também devem digerir os resultados das eleições americanas de meio de mandato. Contrariando as previsões, os democratas manterão o controle do Senado.
Na Ásia, o índice de Hong Kong subiu 1,71%, impulsionado princialmente por ações de imóveis. O Nikkei 225 do Japão caiu 1,06%, puxado para baixo pela gigante de tecnologia SoftBank.
No Brasil, após pior semana da bolsa desde junho, o mercado deve ficar de olho nos últimos balanços da temporada do terceiro trimestre. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central-Brasil (IBC-Br) -- uma medida da evolução do ritmo de atividade no país e considerado a prévia do PIB será divulgado hoje às 9h. A expectativa do mercado é de alta de 0,20%, após queda de 1,13% em agosto.
O anúncio do vice-presidente eleito e coordenador da transição, Geraldo Alckimin, de novos nomes para as equipes técnicas também devem estar no radar dos investidores. Com o adiamento da apresentação da PEC da Transição para quarta-feira, o cenário político e a incerteza fiscal pode ficar em segundo plano nesta segunda.
A semana é mais curta no mercado brasileiro, que amanhã, 15, fica fechado para o feriado do dia da Proclamação da República. A B3, bolsa brasileira, voltará a operar normalmente a partir de quarta-feira, 16. Até o final do ano, a bolsa deve ficar fechada em dias de semana apenas na véspera de Ano-Novo, no dia 30 de dezembro, uma sexta-feira.
Desempenho dos indicadores às 7h10 (de Brasília):
O Nubank, maior fintech do País, divulga seu balanço do terceiro trimestre nesta segunda-feira, 14, após o fechamento do mercado – e os analistas estão preocupados.
O tom cauteloso foi dado pelos resultados dos bancões brasileiros, divulgados na última semana. Todos registraram um aumento além do esperado da inadimplência na linha de concessão de crédito para pessoas físicas, especialmente em cartões de crédito e empréstimo pessoal, que são segmentos muito fortes no modelo de negócio do Nubank.
Leia mais: Nubank: o que esperar do balanço após aumento da inadimplência nos bancões?
A temporada de balanços do terceiro trimestre termina nesta segunda-feira, 14, no Brasil. Além de Nubank, Ânima, Embraer, EspaçoLaser e Localiza estão entre as companhias que divulgam seus resultados hoje.
Veja lista:
Sem grandes divulgações macroeconômicas previstas para esta segunda, os principais destaques devem ficar com a divulgação do Focus e do IBC-BR.
O boletim de projeções do mercado para os principais indicadores da economia brasileira deverá incorporar dados da última semana, que registraram o primeiro mês de volta da inflação após três meses de deflação. A divulgação do Focus será feita às 8h25 (horário de Brasília).
Conhecido como uma espécie de "prévia do BC" para o Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br serve mais precisamente como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A expectativa é que o índice suba 0,20%. A divulgação do IBC-Br será feita às 9h (horário de Brasília).
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