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Novos IPOs dependem de volta da confiança do empresário

Apenas três empresas abriram capital na bolsa este ano: BTG Pactual, Locamérica e Unicasa


	Edemir Pinto: "O mercado de capitais é muito sensível. Qualquer mudança impacta o empresariado brasileiro, que precisa retomar a sua confiança", destacou o presidente-executivo da BM&FBovespa
 (Luciana Cavalcanti/VOCÊ S.A.)

Edemir Pinto: "O mercado de capitais é muito sensível. Qualquer mudança impacta o empresariado brasileiro, que precisa retomar a sua confiança", destacou o presidente-executivo da BM&FBovespa (Luciana Cavalcanti/VOCÊ S.A.)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2012 às 12h04.

São Paulo - Para deslanchar, o mercado brasileiro de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) não depende apenas da redução da aversão ao risco no cenário externo, mas também da retomada da confiança do empresariado local na economia. A opinião é do diretor presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto. Se ambos os cenários se concretizarem em 2013, há potencial, avaliou, de a bolsa ser palco de mais ofertas do que o volume recorde alcançado em 2007, quando 64 empresas abriram capital.

Para este ano, a expectativa da BM&FBovespa era de que no mínimo 40 empresas abrissem capital. Edemir chegou a revisar essa projeção para baixo no segundo semestre, mas ainda assim a nova previsão não foi alcançada. Apenas três empresas abriram capital na bolsa este ano: BTG Pactual, Locamérica e Unicasa. Além delas, a Taesa, subsidiária da Cemig, fez um "re-IPO", uma vez que já tinha ações listadas.

"O mercado de capitais é muito sensível. Qualquer mudança impacta o empresariado brasileiro, que precisa retomar a sua confiança", destacou ele, na manhã desta segunda-feira, citando a queda dos juros, as mudanças no sistema financeiro e também no setor elétrico.

Edemir se diz otimista com o cenário de 2013, mas ressalta que o desafio para que mais IPOS venham a mercado é "grande". Isso porque, segundo ele, se não acontecerem melhoras no cenário externo e também no ambiente local, o mercado deve seguir seletivo quanto a operações de abertura de capital. "Obviamente, se nada acontecer, o mercado vai continuar refém de operações altamente conhecidas e com boas histórias", avaliou o executivo.


Questionado sobre a participação de IPOs menores nas ofertas que podem ser feitas em 2013, o presidente da BM&FBovespa também disse que está otimista em relação ao novo papel que essas operações podem ganhar no mercado brasileiro de capitais daqui para a frente. "Os IPOs menores devem passar a atuar como atores principais", resumiu ele.

Dentre as iniciativas da bolsa que devem contribuir com o maior volume de ofertas de ações menores, Edemir destacou a parceria que a BM&FBovespa tem com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com o Banco do Brasil, mas também instituições privadas como Bradesco e Santander.

Sobre o grupo que reúne não só a BM&FBovespa, mas também a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o BNDES e outras entidades cujo propósito é estimular IPOs menores, Edemir disse que já foram feitas duas reuniões e que o novo presidente do órgão regulador, Leonardo Pereira, está participando diretamente das discussões.

O presidente da bolsa participou nesta segunda-feira do seminário internacional "As Bolsas e Iniciativas para Popularizar o Mercado para o Varejo". O evento, que reúne na sede da BM&FBovespa representantes de bolsas, corretoras, agentes reguladores agenda, entre outros, integra a agenda anual de eventos da Federação Ibero-americana de Bolsas (FIAB).

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