Dólar: novo leilão tenta conter avanço da moeda americana (Gary Cameron/Reuters)
Repórter Exame IN
Publicado em 26 de dezembro de 2024 às 08h36.
Com poucos compromissos na agenda, a baixa liquidez dos mercados promete alta volatilidade dos ativos, fazendo grande parte do mercado a colocar as barbas de molho.
O dia é de relatório da dívida pública e, nos Estados Unidos, de pedidos de auxílio-desemprego. O mercado americano ainda tenta digerir a decisão do Fed na semana passada e seus efeitos para o mercado de ações.
Por aqui, quase toda atenção está no câmbio. Na segunda-feira, 23, a moeda americana voltou a subir forte (1,87%), fechando a R$ 6,186, mas com o dólar futuro já testando patamares acima de R$6,20.
A alta da dólar tem a ver com o efeito da sazonalidade das remessas de fim de ano, mas é, especialmente, uma reação aos ruídos em torno do ambiente fiscal.
Diante do alto patamar, o Banco Central programou para as 9h15 desta manhã um leilão à vista de até US$ 3 bilhões. A autoridade monetária já injetou US$ 16,76 bilhões no mercado apenas com leilões à vista (quandão não há compromisso de recompra).
Em coletiva a jornalistas na última semana, Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e futuro presidente do BC (assume em 2025), afirmou que não há 'guidance' sobre a atuação da autoridade monetária no câmbio.
Em meio à nova escalada da divisa, o Google voltou a apresentar cotação incorreta. Na quarta-feira, quando não havia operçaão no mercado, o buscador mostrava a cotação em R$ 6,38. Por isso, a Advocacia-Geral da União (AGU) acionou o Banco Central (BC) sobre “possível informação incorreta de cotação do dólar” no Google.
Por aqui, além da percepção de que a aprovação do pacote fiscal não foi suficiente para acalmar os ânimos, investidores devem analiar a suspensão de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares de comissão, determinada pelo Ministro do STF, Flávio Dino. A Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar possíveis irregularidades.
Ainda no exterior, o Banco Central da Turquia cortou a taxa básica de juros em 2,5 pontos percentuais, para 47,50% ao ano.
A sinalização do Ministério das Finanças chinês de que o governo irá fornecer mais apoio fiscal à economia em 2025 deu nova injeção de esperança no mercado.
Na Ásia, as bolsas subiram com expectativas crescentes de mais estímulos. Em Tóquio, porém, outra alavanca para o otimismo no mercado: os investidores ainda reagim ao anúncio de segunda-feira, 23, das negociações entre Nissan e Honda, além de relatos de que o governo japonês está elaborando um orçamento recorde.
O petróleo ganhou fôlego com esse cenário de maior estímulo chinês e diante da queda de estoques nos Estados Unidos. A cotação do Brent para fevereiro subia 0,49%, a US$ 73,94 e a WTI, avançava 0,53%, a US$ 70,47.
As bolsas da Europa não abriram.