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Novo consenso para o Fed, inflação ao produtor americano, GOL, Cyrela e o que mais move o mercado

Bolsas internacionais intensificam perdas por temores sobre inflação dos Estados Unidos; alta de 1 p.p. se torna aposta majoritária

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Joshua Roberts/Getty Images)

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Joshua Roberts/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 14 de julho de 2022 às 07h23.

Última atualização em 14 de julho de 2022 às 07h44.

Bolsas do mundo inteiro dão continuidade às perdas do último pregão nesta quinta-feira, 14, com investidores ajustando as posições para enfrentar uma inflação americana ainda maior do que a esperada. O Índice de Preço ao Consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) divulgado na véspera ficou em 1,3% para o mês de junho, com o acumulado de 12 meses saltando de 8,6% para 9,1%. A expectativa era de alta para 8,8%. O núcleo do CPI, que indica maior consistência da inflação nos Estados Unidos, também saiu acima das projeções de mercado.

Os dados de inflação alimentaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed) precisará endurecer ainda mais o ritmo de alta de juros, com a expectativa de ajuste de 1 ponto percentual (p.p.) se tornando o novo consenso do mercado. Segundo o radar do CME Group, a chance de o Fed elevar o ritmo de 0,75 p.p. para 1  p.p. já na próxima decisão saltou de 0% na semana passada para mais de 80%. Se confirmado, a alta levará a taxa básica de juros dos Estados Unidos para o intervalo entre 2,5% e 2,75%. Vale lembrar que até março a taxa ainda estava no intervalo próximo de 0%.

Probabilidade de taxa de juros para a próxima reunião do Fed (CME Group/Reprodução)

Expectativas de juros mais altos nos Estados Unidos, por sua vez, provocam reações em cadeia no mercado global. O maior rendimento dos títulos do Tesouro americano, considerados os mais seguros do mundo, provoca uma corrida para o dólar, que segue negociado próximo do maior patamar em 20 anos no exterior.

Entre as moedas que mais perdem força diante desse cenário está o euro, que, além do maior diferencial dos juros americanos em relação aos europeus, ainda sofre com a expectativa ainda maior de recessão no Velho Continente. A moeda europeia volta a se desvalorizar nesta quinta, ainda que acima da marca de US$ 1, considerado um importante suporte técnico às negociações. O euro chegou a ser negociado abaixo da marca nos últimos dias, mas apenas por um breve instante, logo retomando o patamar anterior.

Projeções de endurecimento das políticas do Fed, porém, podem ganhar ainda mais força nesta quinta, com a divulgação do Índice de Preço ao Produtor americano (PPI, na sigla em inglês). O dado, referente ao mês de junho, será divulgado às 9h30 sob perspectiva de 0,8% de alta mensal e de 10,7% no acumulado de 12 meses. Primeira a sentir os efeitos da variação de preços de commodities -- para cima quanto para baixo -- a inflação ao produtor costuma vem perdendo força desde março, quando bateu o pico de 11,5%, segundo os dados revisados. Na última divulgação, de maio, o PPI ficou em 10,8%.

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Desempenho dos indicadores às 7h30 (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): - 1,00%
  • S&P 500 futuro (Nova York): - 1,07%
  • Nasdaq futuro (Nova York): - 0,76%
  • FTSE 100 (Londres): - 0,59%
  • DAX (Frankfurt): - 0,57%
  • CAC 40 (Paris): - 0,67%
  • Hang Seng (Hong Kong): - 0,22%
  • Shangai Composite (Xangai): - 0,08%
  • Nikkei 225 (Tóquio): + 0,62%

Bancos divulgam balanços do 2º trimestre nos EUA

Nesta quinta, investidores também estarão atentos aos primeiros resultados do segundo trimestre de grandes bancos americanos. Entre os mais aguardados estão o do J.P. Morgan e Morgan Stanley. Os balanços costumam ser acompanhados de perto por analistas brasileiros em busca de pistas sobre como a dinâmica setorial poderá afetar os resultados dos bancos locais. O Santander (SANB11) será o primeiro entre os grandes bancos brasileiros a divulgar seu balanço do período, no dia 28.

Enquanto aguaram o início da temporada de balanços do Brasil, investidores seguem atentos às prévias operacionais.

GOL

A GOL (GOLL4) informou ter aumentado em 80% o número de decolagens em junho frente ao mesmo período do ano passado. A taxa de ocupação de voos domésticos, porém, caiu de 83,9% para 76,7%, enquanto a taxa de voos internacionais ficou em 88,6%, com a retomada de viagens para o exterior. Apesar de alguma melhora dos números operacionais da companha, o mercado segue preocupado com os gastos envolvidos nas operações, dada a apreciação do custo do combustível de aviação.

Cyrela

Outra grande empresa da bolsa a divulgar prévia operacional foi a Cyrela (CYRE3). A incorporadora apresentou aumento de 4% nas vendas totais contratadas frente ao segundo trimestre do ano passado. Já os lançamentos saltaram 20,6% em valor geral de vendas (VGV) para R$ 2,33 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:bolsas-de-valoresFed – Federal Reserve System

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