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Novo capítulo de "briga" entre Batista e Temer afeta ações da JBS

Ações caem pelo oitavo pregão seguido, depois das novas acusações do empresário

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 19 de junho de 2017 às 11h39.

Última atualização em 19 de junho de 2017 às 15h38.

São Paulo -- As ações ordinárias da JBS operam nesta segunda-feira em queda de mais de 4% -- na contramão do Ibovespa, que registra leve alta de cerca de 0,5% -- com os investidores de olho nas últimas notícias envolvendo Joesley Batista, um dos donos do frigorífico, e o presidente Michel Temer. É o oitavo pregão seguido que a JBS opera no vermelho. Só neste mês, os papéis da empresa acumulam perdas de pouco mais de 20%.

Em entrevista à revista Época desta semana, Batista acusa Temer de liderar "a maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil" e diz que o presidente chegou a pedir até o pagamento do aluguel de um escritório em São Paulo. O empresário também acusa Temer de usar a máquina pública para tentar retaliá-lo.

Desde que Batista fechou um acordo de delação premiada com a Justiça, na qual acusa diretamente a alta cúpula de Temer de receber propina, o governo federal entrou em uma crise política e de imagem. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a preocupação com uma possível "vingança" fez com que executivos da JBS procurassem dirigentes da Receita Federal para confirmar especulações sobre um pedido de devassa nas contas da empresa.

Em resposta à entrevista de Batista, Temer entrou com duas ações contra o empresário. Uma delas é por danos morais, onde ele pede indenização financeira. A segunda é uma queixa crime por difamação, calúnia e injúria, crimes contra a honra. A ação criminal foi impetrada na Justiça Federal e a cível, na Justiça comum. O valor da indenização não foi estabelecido, mas a ideia do presidente é doar o montante a uma instituição da caridade.

Temer também gravou um vídeo em que diz que criminosos não ficarão impunes. O material deve ser exibido ainda nesta segunda-feira nas redes sociais.

 

 

 

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