Mercados

Novas medidas de controle podem ser anunciadas, afirma estrategista do BBVA

“O governo está claramente desconfortável com o dólar a níveis abaixo do 1,70 real”

"O objetivo aqui não é fazer baixar o dólar" disse a dirigente do Fed (Patrick Lin/AFP)

"O objetivo aqui não é fazer baixar o dólar" disse a dirigente do Fed (Patrick Lin/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2011 às 12h44.

São Paulo – O governo poderá anunciar novas medidas de controle de capital porque “está claramente desconfortável com o dólar a níveis abaixo do 1,70 real”, destaca o estrategista do BBVA para a América Latina, Moisés Junca Acebedo. “Caso a exigência de reserva falhe em conter a apreciação do real, o BC poderá anunciar novas medidas como novos aumentos no IOF, ou novas formas de controle de capital de curto prazo”, disse ele para EXAME.com.

O BC irá recolher sob a forma de depósito compulsório, 60% sobre o valor da posição de câmbio vendida que exceder o menor dos seguintes valores: US$ 3 bilhões ou o patrimônio de referência (PR). As instituições financeiras terão 90 dias para se adequar à nova regra. A medida começará a valer a partir do dia 4 de abril. Segundo o BC, a exigência visa “reduzir as posições vendidas do sistema que em dezembro de 2010 alcançaram o valor de US$ 16,8 bilhões”, revela nota. (Leia a norma)

“Medidas similares realizadas pela Colômbia três meses atrás tiveram sucesso em depreciar a moeda com os bancos desfazendo as posições vendidas em dólar, mas o peso voltou à tendência de apreciação e é a moeda com melhor performance no mundo este ano”, destaca Acebedo. O Banco Central da Colômbia anunciou em meados de setembro de 2010 um programa de compra diária de até 20 milhões de dólares para tentar controlar a valorização do peso. As intervenções serão realizadas até o dia 15 de março.

“Para resumir, as exigências de reservas irão remover os incentivos para novas apostas em favor do real, e irão conter uma apreciação mais acentuada, mas os efeitos serão limitados no curto prazo. A grande questão é se o Banco Central irá elevar a taxa Selic na próxima reunião, uma vez que as taxas de juros pode renovar o apetite pelo real”, finaliza.

Leia mais: Juros DI sobe após inflação reacelerar no início de janeiro

Direto da Bolsa: Itaú BBA continua otimista com ações de shoppings

Acompanhe tudo sobre:CâmbioCâmbio flutuanteDólarMoedas

Mais de Mercados

Ação da Netfix tem potencial de subir até 13% com eventos ao vivo, diz BofA

BTG vê "ventos favoráveis" e volta recomendar compra da Klabin; ações sobem

Ibovespa fecha em queda e dólar bate R$ 5,81 após cancelamento de reunião sobre pacote fiscal

Donald Trump Jr. aposta na economia conservadora com novo fundo de investimento