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Novas ameaças de Trump e expectativas de dados de inflação: o que move o mercado

No fim de semana, o presidente americano sugeriu que pode aumentar ainda mais as tarifas sobre produtos do Canadá e do México

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 10 de março de 2025 às 07h58.

Os mercados globais iniciam a semana com os investidores monitorando novas ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No fim de semana, Trump sugeriu que pode aumentar ainda mais as tarifas sobre produtos do Canadá e do México, além de já ter ameaçado uma taxa de 250% sobre lácteos canadenses. A escalada protecionista ocorre enquanto a China também impôs sanções ao Canadá.

Além disso, o presidente admitiu a possibilidade de uma recessão nos EUA, o que adiciona cautela às negociações. No Brasil, o governo tenta evitar a taxação do aço, prevista para entrar em vigor nesta quarta-feira, 12.

A semana será marcada pela divulgação de dados de inflação no Brasil e nos EUA, fundamentais para calibrar as expectativas sobre juros. Nos Estados Unidos, o mercado aguarda a pesquisa de expectativas de inflação do Fed de Nova York, que sai nesta segunda-feira, 10, ao meio-dia.

No Brasil, a FGV divulga hoje o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de fevereiro e a primeira prévia de março do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), ambos às 8h. Já na quarta-feira, 12, será divulgado o IPCA de fevereiro.

Após o fechamento do mercado, Direcional, Pague Menos e Track & Field divulgam seus balanços trimestrais. Entre os eventos políticos, Gleisi Hoffmann toma posse na Secretaria de Relações Institucionais às 15h. No mesmo horário, sairá a balança comercial semanal.

O mercado também acompanha os desdobramentos da guerra na Ucrânia. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky viaja para a Arábia Saudita nesta segunda-feira, 10, onde irá se encontrar com representantes do governo americano para discutir o fim do conflito.

Mercados internacionais

Os mercados asiáticos tiveram um pregão misto nesta segunda-feira, 10, refletindo a volatilidade global diante das incertezas sobre a política tarifária dos EUA. No Japão, o Nikkei 225 avançou 0,38%, enquanto o Topix recuou 0,29%, pressionado por dados de renda que mostraram desaceleração. O Kospi, da Coreia do Sul, subiu 0,27%, enquanto o Kosdaq caiu 0,26%. Já na Austrália, o S&P/ASX 200 avançou 0,18%, renovando máximas em seis meses.

Na China, o CSI 300 caiu 0,39%, e o Hang Seng, de Hong Kong, despencou 1,83%, com investidores reagindo a novos sinais de deflação. O índice de preços ao consumidor chinês caiu 0,7% em fevereiro, marcando sua primeira leitura negativa em 13 meses. Além disso, Pequim impôs tarifas retaliatórias sobre produtos agrícolas do Canadá, intensificando as tensões comerciais.

Na Europa, os mercados abriram em queda. O índice Stoxx 600 recuava 0,3% às 9h26 em Londres, enquanto o DAX, da Alemanha, caía 0,5%.

Nos EUA, os mercados futuros também operavam em baixa, dando sequência às perdas da semana passada. Nesta manhã, os futuros do Dow Jones caíam 0,7%, enquanto os do S&P 500 recuavam 0,9% e os do Nasdaq 100 perdiam 1%. O clima de cautela segue dominando os investidores, que monitoram os desdobramentos da política tarifária de Trump e aguardam uma agenda cheia de dados econômicos ao longo da semana.

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