Mercados

Nova plataforma traz negociação eletrônica para Selic

Com a possibilidade de negociação eletrônica, o mercado secundário de títulos públicos ganhar maior transparência e liquidez


	O Selic permitia apenas o registro e a liquidação no mercado de balcão
 (Divulgação/Banco Central)

O Selic permitia apenas o registro e a liquidação no mercado de balcão (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2012 às 13h42.

São Paulo - O Banco Central apresentou hoje, em São Paulo, a nova Plataforma de Negociação Eletrônica do Selic (sistema especial de liquidação e de custódia). O sistema, desenvolvido com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais), é um módulo complementar do Selic, destinada à negociação de títulos públicos federais e que busca trazer mais transparência a esse mercado.

A novidade fica por conta da possibilidade de negociação eletrônica dos títulos - antes, o Selic permitia apenas o registro e a liquidação do que era negociado no mercado de balcão. Segundo Denise Pavarina, presidente da Anbima, a nova plataforma é mais um passo na direção da transparência e da modernização, e vai dar mais liquidez ao mercado de títulos públicos.

“Os astros estão alinhados para que nosso mercado de capitais dê um salto de qualidade e crie alternativas de financiamento para todos os investimentos que virão nesse novo mercado de renda fixa”, disse. Segundo ela, a plataforma, que entra em operação dia 5 de novembro, vai fomentar o mercado secundário.

O diretor de política monetária do Banco Central, Aldo Mendes, reiterou que a maior transparência proporcionada pela plataforma vai tornar o mercado secundário mais eficiente. “Com maior transparência, nós teremos maior liquidez e maior confiabilidade no sistema”, disse. Segundo o diretor do BC, a transparência era uma demanda dos investidores para que fosse possível ter confiança na precificação.


Aldo também afirmou que o momento atual de inflação e juros baixos representa uma oportunidade para o necessário “salto de qualidade”, com a incorporação de mecanismos de indexação menos automáticos. Ele destacou ainda que as melhorias no mercado secundário de títulos públicos vai se refletir no mercado de dívida privada, com uma melhor condição de precificação.

João Henrique Simão, chefe do Departamento de Operações do Mercado Aberto do Banco Central, destacou que o objetivo não é o de ser um monopólio no sistema de negociação de títulos no Brasil, mas “trazer uma contribuição importante para o mercado eletrônico”, afirmou.

“O Selic já é reconhecido como um sistema de custódia e liquidação robusto e seguro. Agora, o acesso à liquidação das operações vai ser muito facilitado”, disse Simão.

Negociação

A plataforma de negociação eletrônica do Selic vai ser composta por 3 módulos: negociação, especificação de operações e conformidade. Os dois primeiros entram em funcionamento no próximo dia 5, já o de conformidade, que vai permitir a integração com outras plataformas eletrônicas, passa a funcionar a partir do primeiro semestre de 2013.

A plataforma foi desenvolvida para tornar mais fácil a vida de quem opera. Para isso, o mercado foi ouvido e muitas sugestões foram incorporadas, como a atualização automática da página (que deve funcionar ainda esse ano) e a possibilidade de fazer ligação com planilhas do Excel (previsto para o primeiro semestre do ano que vem).

Francisco José Vidinha de Jesus, gerente técnico do Selic (Anbima), apresentou as principais funções da nova plataforma: cadastramento de ordem, especificação de ordem (definição de contas e quantidade) e consulta de ordem. As operações geradas no módulo de negociação são enviadas automaticamente para serem liquidadas. Ele destacou ainda que as ordens de negociação podem ser consultadas na página do BC na internet.

Selic

O Selic é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central. O sistema processa a emissão, resgate, pagamento de juros e custódia, além da liquidação das operações registradas em seu ambiente. O Selic é gerido pelo Banco Central e é operado em parceria com a Anbima.

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