Com o valor total de mercado de derivativos no mundo dez vezes maior que o PIB global, crises de votatilidade e de ações devem ocorrer (Stock.xchng)
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2011 às 10h51.
Tóquio -- Mark Mobius, presidente executivo do conselho para mercados emergentes da Templeton Asset Management, disse que uma nova crise financeira é inevitável por que os fatores que causaram a última ainda não foram resolvidas.
“Definitivamente, há outra crise financeira por vir porque ainda não resolvemos nenhuma das causas da última crise”, disse Mobius hoje no Clube de Correspondentes Estrangeiros do Japão, em Tóquio, em resposta a uma pergunta sobre oscilações de preços. “Os derivativos estão regulados? Não. Ainda há crescimento em derivativos? Sim.”
O valor total do mercado de derivativos no mundo é dez vezes maior que o produto interno bruto global, disse Mobius, que gerencia mais de US$ 50 bilhões. Com tal volume de apostas em diferentes direções, crises de volatilidade e no mercado de ações irão ocorrer, disse ele.
A crise financeira três anos atrás foi provocada, em parte, pela proliferação de derivativos atrelados a empréstimos imobiliários nos Estados Unidos. Esses ativos deixaram de dar retorno, causando bilhões de dólares em perdas contábeis e o colapso do Lehman Brothers Holdings Inc. em setembro de 2008. O índice MSCI AC World Index, que acompanha ações dos mercados desenvolvidos e emergentes, caiu 46 por cento no período entre a queda do Lehman e a maior baixa da crise, em 9 de marco de 2009.
“Toda crise traz grandes oportunidades”, disse Mobius. Quando mercados estão despencando, “é quando nós podemos investir e fazer um bom trabalho”, disse ele.
O congelamento do mercado global de crédito fez com que governos de Washington a Pequim injetassem mais de US$ 3 trilhões no sistema financeiro para estimular a economia global. O índice MSCI AC World avançou 99 por cento desde sua baixa em março de 2009 até o fechamento em 27 de maio.
A exigência de mais capital dos bancos e uma maior supervisão devem ser impostos a instituições consideradas “importantes demais para quebrarem ”, para reduzir as chances de crises de grande escala, segundo relatório do Fundo Monetário Internacional de 27 de maio.