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Nova bolsa americana chegará ao país em 2015

A Bats Global Markets e a Direct Edge, que vão se fundir para criar a segunda maior bolsa dos EUA, esperam ter maior poder de fogo para entrar no Brasil


	Direct Edge: a fusão será concluída no próximo ano, mas a necessidade de atualizar a legislação brasileira atrasará a vinda da nova bolsa de valores
 (Matthew Peyton/Getty Images)

Direct Edge: a fusão será concluída no próximo ano, mas a necessidade de atualizar a legislação brasileira atrasará a vinda da nova bolsa de valores (Matthew Peyton/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2013 às 08h27.

Nova York e São Paulo - A Bats Global Markets e a Direct Edge, que anunciaram na segunda-feira, 26, uma fusão que vai criar a segunda maior bolsa de valores dos Estados Unidos, esperam ter maior poder de fogo para entrar no Brasil. A vinda para cá, porém, pode demorar por causa da necessidade de atualização da legislação atual e da liberação dos serviços de liquidação e custódia, hoje nas mãos da BM&FBovespa.

Por isso, segundo o chefe de estratégia da Direct Edge, Anthony Barchetto, o início das operações pode ficar só para 2015. Em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a expectativa é de que a fusão das duas bolsas nos EUA seja concluída na primeira metade de 2014.

“Os planos de entrar no Brasil serão mantidos”, afirma Barchetto. No entanto, como a BM&FBovespa anunciou que pretende liberar sua ‘clearing’ só em 2015, ele acredita que ainda vai demorar algum tempo para que a competição de bolsas seja uma realidade no Brasil.

Um dos principais entraves à concorrência até aqui tem sido o sistema de custódia e compensação de ativos (que é chamado clearing). A legislação permite o ingresso de novas bolsas no País desde que elas tenham uma estrutura de liquidação e custódia própria ou de terceiros. Uma opção seria o uso da Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) da BM&FBovespa, mas a empresa afirma que não a abrirá agora.

No último dia 14, a Direct Edge enviou uma carta de 26 páginas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que abriu um processo para ouvir opinião dos especialistas sobre a competição no mercado brasileiro de bolsas. Na carta, a bolsa diz esperar que “sejam introduzidas inovações regulatórias capazes de garantir eficiência e maior proteção ao investidor” no mercado brasileiro.


Na segunda-feira, 26, a CVM anunciou a prorrogação até 10 de setembro do prazo para o envio de sugestões e comentários em relação às novas regras de custódia, atualmente em audiência pública. O prazo se encerraria hoje. “Estamos ansiosos para ouvir o que o órgão regulador tem a dizer sobre os comentários enviados”, observa Barchetto.

Mercado brasileiro

A Direct Edge e a Bats ainda não entregaram o pedido formal para constituição de uma bolsa no Brasil. Até o momento, somente a Americas Trading System Brasil (ATS Brasil) formalizou o interesse de ingressar no Brasil e concorrer com a BM&FBovespa. Resultante de uma parceria entre a brasileira Americas Trading Group (ATG, com 80%) e a NYSE Euronext (20%), a empresa enviou em junho último o pedido de registro de uma nova bolsa à CVM. O objetivo é ingressar no mercado brasileiro ainda em 2014. A concorrente também tem interesse na clearing da BM&FBovespa.

Fontes ouvidas pelo Broadcast estimam em R$ 400 milhões o montante necessário para estruturar uma clearing do zero somente para ações. No entanto, a cifra pode chegar a R$ 1 bilhão se considerada toda a estrutura da BM&FBovespa.

A Cetip também seria uma opção viável para o ingresso de uma concorrente no Brasil. A empresa está montando uma câmara de compensação e liquidação para o mercado de derivativos, mas já deixou claro que não tem interesse de atuar no segmento de ações.

No ano passado, a compra da Bolsa de Nova York pela ICE levantou novamente a possibilidade de a Cetip ser alvo de aquisição para a constituição de uma grande bolsa no Brasil. Procuradas, BM&FBovespa e Cetip não comentaram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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