(Hapvida/Divulgação)
Paula Barra
Publicado em 12 de janeiro de 2021 às 10h48.
Última atualização em 12 de janeiro de 2021 às 18h45.
Depois de subirem 40% e 28%, respectivamente, nos últimos dois pregões, as ações da NotreDame Intermédica (GNDI3) e Hapvida (HAPV3) tiveram dia de realização de lucros nesta terça-feira, 12. Esses papéis caíram 2,74% e 2,64%, figurando entre as maiores quedas do Ibovespa.
A euforia com os papéis ocorreu na esteira da confirmação pela Hapvida na última sexta-feira de proposta para fusão com a NotreDame Intermédica.
Na opinião de analistas, o potencial negócio trará benefícios para as duas empresas, vistas como complementares. Enquanto 60% do portfólio da Hapvida está espalhado entre as regiões Norte e Nordeste, a NotreDame possui maior participação nos estados do Sul e do Sudeste.
Segundo o BTG Pactual, a complementaridade entre as duas empresas é a “mágica do negócio” e deve facilitar a sua aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Além da aprovação da autarquia, a operação ainda precisa ser aprovada pelo conselho e pelos acionistas da NotreDame, mas analistas do banco não veem empecilhos para que eles empresa aprovem a oferta.
Caso confirmada, a nova empresa nascerá com 8,24 milhões de beneficiários, o equivalente a 18% de market share (participação de mercado), e mais de 130 bilhões de reais de valor de mercado de planos de saúde. O montante, que é a soma do valor das duas companhias, seria maior do que o de gigantes da bolsa, como Banco do Brasil e Itaúsa.
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) viraram para baixa apesar da sessão positiva para os preços do petróleo. Os papéis ordinários e preferenciais da companhia recuaram 0,35% e 0,75%, respectivamente.
Já os contratos do petróleo Brent, negociados em Londres e usados como referência pela estatal, subiram 1,69%, em 56,72 dólares o barril, no maior patamar desde fevereiro, ainda repercutindo o anúncio na semana passada da Arábia Saudita de corte extra na sua produção de petróleo de 1 milhão de barris a mais do que o previsto em acordo com a Opep+. Além disso, o mercado espera que os dados de estoques de petróleo dos Estados Unidos mostrem queda esta semana, o que ajuda a compensar preocupações com o aumento de casos de coronavírus no mundo.
Ainda no radar da petroleira, a DBO Energy, empresa de petróleo e gás apoiada pela alemã RWE AG, está em negociações bilaterais com a Petrobras para comprar o polo petrolífero de Golfinho, segundo informações da Reuters, citando fontes. Golfinho é um dos dezenas de ativos de produção que a Petrobras colocou à venda em uma tentativa de reduzir dívidas e concentrar seu foco no pré-sal.
Fora do Ibovespa, as ações da incorporadora Moura Dubeux (MDNE3), que abriu capital em fevereiro de 2020, subiram 2,60%, depois de terem alcançado na máxima do dia valorização de 13%. O movimento ocorreu após a companhia ter divulgado sua prévia operacional do quarto trimestre. No período, a companhia registrou 305 milhões de reais em volume de vendas, avanço de 49,8% na comparação com o trimestre anterior e de 0,2% sobre o mesmo período de 2019. A empresa lançou seis empreendimentos no quarto trimestre. No ano, foram dez lançamentos, com valor geral de vendas (VGV) bruto de 791 milhões de reais, crescimento de 107% na comparação com 2019.
As ações ordinárias e preferenciais da Oi (OIBR3; OIBR4) subiram 5,15% e 4,55% em meio à notícia sobre oferta por unidade de fibra ótica da empresa. Segundo informações da Bloomberg, citando fonte com conhecimento sobre o assunto, o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) associou-se a um fundo gerido pelo banco BTG Pactual para apresentar oferta vinculante pela unidade da companhia batizada de InfraCo.
A unidade deve receber outras duas outras ofertas vinculantes, uma da Highline do Brasil, subsidiária local da Digital Colony, e outra da Ufinet, empresa da qual a italiana Enel possui uma fatia, diz a reportagem. A Oi planeja vender até 51% de sua subsidiária por um valor de no mínimo 20 bilhões de reais para a empresa inteira.
A Oi tem trabalhado para vender ativos durante sua recuperação judicial, que teve início em 2016, e levantou 1,4 bilhão de reais com a venda de torres e data centers no ano passado.