Invest

Nos EUA, pequeno investidor aposta contra ações em sinal de mais queda

Métricas que indicam atividade de varejo no mercado de opções, como negociações de pequenos lotes, sugerem que os pequenos investidores não só deixaram de comprar enquanto as ações caem

Bolsas americanas: Na semana passada, as apostas líquidas contra ações superaram recordes anteriores estabelecidos nos primeiros dias da crise financeira global em 2008 e no início da pandemia (Brendan McDermid/Reuters)

Bolsas americanas: Na semana passada, as apostas líquidas contra ações superaram recordes anteriores estabelecidos nos primeiros dias da crise financeira global em 2008 e no início da pandemia (Brendan McDermid/Reuters)

B

Bloomberg

Publicado em 22 de junho de 2022 às 08h36.

À medida que o primeiro semestre de 2022 se configura como um dos piores já registrados para os mercados financeiros, os investidores de varejo aumentaram suas apostas em uma nova queda nas ações dos EUA.

Métricas que indicam atividade de varejo no mercado de opções, como negociações de pequenos lotes, sugerem que os pequenos investidores não só deixaram de comprar enquanto as ações caem, mas também acumulam posições que gerarão ganhos caso as ações continuem a cair.

“É raro que os operadores menores apostem contra o mercado de ações e, quando o fazem, as ações costumam cair”, disse Jason Goepfert, diretor de pesquisa da Sundial Capital Research.

Na semana passada, as apostas líquidas contra ações superaram recordes anteriores estabelecidos nos primeiros dias da crise financeira global em 2008 e no início da pandemia, Goepfert disse em um relatório de pesquisa. A Sundial estima que os pequenos operadores no mercado de opções podem ter acumulado perdas de US$ 600 milhões ou mais desde o final de novembro.

Enquanto isso, os volumes e prêmios de pequenos lotes continuaram a cair – ambos atingindo novas mínimas desde a pandemia – à medida que a liquidação do mercado se aprofundou, de acordo com Christopher Jacobson, estrategista do Susquehanna Financial Group. Esse padrão sugere que, pelo menos no lado das opções, os investidores de varejo não estão “comprando a queda”, disse o estrategista.

Jacobson analisou os volumes médios diários de opções de compra de ações e a porcentagem desses volumes impulsionados por pequenos lotes de opções de compra, uma de suas indicações preferidas para o que provavelmente é a participação de operadores de varejo, com base em dados da Options Clearing Corporation.

O declínio na atividade de pequenos lotes de opções de compara também contribuiu para uma mudança nos volumes de volta a um posicionamento setorial nos últimos dois anos, segundo Jacobson. “Preocupações macro ditam os rumos agora, então há menos foco em ações específicas”, disse. “Não é surpreendente ver mais fluxo nesses setores ou produtos macro específicos como ETFs e índices.”

Desde o auge do frenesi das “meme stocks” no início de 2021, quando os pequenos operadores impulsionaram as ações da GameStop e AMC Entertainment, Wall Street está obcecada em acompanhar como eles se comportam.

Desde então, o mercado de ações caiu em território de baixa, com perda de mais de 20% do S&P 500 e de quase 30% do Nasdaq 100 este ano. Dados do Goldman Sachs mostram que aproximadamente 50% das posições de varejo em ações do Nasdaq 100 e um quarto das posições em ações do S&P 500 acumuladas desde janeiro de 2019 foram vendidas.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresMercado financeiro

Mais de Invest

Mega-sena não tem ganhadores e prêmio vai para R$ 10 milhões

Menos de 15% das empresas que fizeram IPO em 2021 superam a performance do Ibovespa

Mega-Sena sorteia prêmio acumulado em R$ 6 milhões nesta sábado; veja como apostar