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Nos EUA, IPO's estão alta, mas as startups estão levando mais tempo para lançar ações na bolsa

Pesquisa mostra que alternativas de capital tem mantido essas empresas "privadas" por mais tempo — e elas tem chegado mais maduras a bolsa

Startups estão chegando mais maduras à bolsa (Juan Mabromata/Getty Images)

Startups estão chegando mais maduras à bolsa (Juan Mabromata/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 9 de outubro de 2025 às 06h00.

Startups americanas estão se mantendo privadas por mais tempo, impulsionadas pelo aumento do capital alternativo disponível fora das bolsas de valores. Dados recentes da Renaissance Capital mostram que a idade mediana das empresas que abriram capital (IPO) até agora em 2025 é de 13 anos desde a fundação, acima dos 10 anos registrados em 2018.

A tendência reflete uma mudança no ecossistema de financiamento: enquanto o mercado de ações enfrenta volatilidade e incerteza, as startups estão conseguindo levantar recursos significativos por meio de fundos de private equity, venture capital em rodadas secundárias e até em mercados privados de ações.

O levantamento também indica que as startups estão buscando mais maturidade antes de abrir capital, especialmente nos setores de tecnologia, saúde e biotecnologia, que exigem investimentos de longo prazo em pesquisa e desenvolvimento.

Exemplos de startups famosas que não abriram capital

Empresas como Stripe, do setor de pagamentos digitais; SpaceX, do setor aeroespacial; e Databricks, de análise de dados e inteligência artificial, permanecem privadas mesmo após arrecadarem bilhões em rodadas privadas. O acesso a capital alternativo permitiu que essas companhias continuassem inovando e expandindo operações, sem a pressão imediata de resultados trimestrais ou da flutuação do preço das ações.

A Klarna, fintech sueca de pagamentos digitais, também passou por um longo caminho antes de ir a bolsa. Foi avaliada em US$ 45,6 bilhões em 2021, caiu para US$ 6,7 bilhões em 2022 e hoje tem valor de mercado de US$ 15 bilhões. Nessa trajetória, levantou capital de investidores como Sequoia Capital, SoftBank, IVP, Atomico, GIC e Heartland antes de, finalmente, .

“O acesso a capital alternativo dá às empresas mais flexibilidade para escalar antes de encarar a volatilidade do mercado público”, afirma Jay Ritter, especialista em IPOs da Universidade da Flórida, referência em estatísticas do mercado de abertura de capital.

Impactos para o mercado e investidores

Para investidores, o movimento significa que oportunidades de entrada em startups de alto crescimento podem estar mais concentradas no mercado privado, tornando necessário o acesso a fundos especializados ou rodadas secundárias. Para o mercado de IPOs, há um refinamento do perfil das empresas que chegam à bolsa mais maduras, com histórico de receita e rentabilidade mais consistente.

Com a crescente disponibilidade de capital alternativo, o ciclo de vida das startups antes de abrir capital está se alongando. O IPO deixa de ser visto como destino inevitável, tornando-se apenas uma das opções dentro de um ecossistema financeiro mais flexível e sofisticado.

*com CNBC

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