Nordstrom: rede de departamento é uma das mais antigas dos EUA, mas enfrenta dificuldade em lidar com o e-commerce (Wikimedia Commons/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 23 de dezembro de 2024 às 15h49.
Última atualização em 23 de dezembro de 2024 às 15h50.
A Nordstrom, uma das mais antigas e renomadas redes de lojas de departamentos dos Estados Unidos, vai sair da Bolsa de Valores americana num acordo avaliado em US$ 6,25 bilhões.
A transação, que envolve a família fundadora da empresa e a varejista mexicana El Puerto de Liverpool, foi anunciada nesta segunda-feira, 23, e é fruto de meses de negociações.
Os detentores de papéis da Nordstrom receberão US$ 24,25 por cada ação em dinheiro, o que representa um ágio de 42% em relação ao preço de fechamento das ações em 18 de março, quando surgiram as primeiras especulações sobre a venda.
A família Nordstrom deterá 50,1% do controle acionário da empresa, enquanto a El Puerto de Liverpool ficará com os 49,9% restantes.
O negócio também inclui a autorização de um dividendo especial de até 25 centavos por ação, caso a transação seja concluída.
Estima-se que o acordo seja finalizado no primeiro semestre de 2025, condicionado à aprovação dos reguladores e de dois terços dos acionistas da Nordstrom.
Fundada em 1901 em Seattle como uma loja de sapatos, a Nordstrom tornou-se uma referência no varejo de luxo, com mais de 350 lojas nos Estados Unidos, incluindo Nordstrom Rack e Nordstrom Local.
Entretanto, as lojas de departamentos têm enfrentado pressões crescentes devido ao aumento do e-commerce e à concorrência de redes de fast fashion e varejistas de descontos.
Embora tenha apresentado crescimento nas vendas no terceiro trimestre de 2024, a Nordstrom enfrenta desafios significativos. Como destacou o New York Times, a empresa conseguiu melhorar sua margem de lucro ao vender mais produtos a preço cheio, mas seu valor de mercado ainda está distante do pico de quase US$ 15 bilhões registrado há uma década.
A participação da varejista mexicana El Puerto de Liverpool também é um ponto-chave no acordo. A empresa, que adquiriu cerca de 10% da Nordstrom em 2022, controla marcas como Liverpool, Suburbia e franquias da Gap e Banana Republic no México, além de operar 29 centros comerciais no país.
Não é a primeira vez que a família Nordstrom tenta privatizar a empresa. Em 2017, uma tentativa semelhante foi rejeitada pelo conselho de administração por considerar a oferta muito baixa.
Desta vez, a transação parece refletir um esforço conjunto para reposicionar a empresa longe do escrutínio público e das pressões de investidores ativistas, como aqueles que têm pressionado redes concorrentes, incluindo Macy’s e Kohl’s, a reduzir gastos e vender ativos imobiliários.