Fluxo estrangeiro na Bolsa brasileira tem um ano com número modesto, até o momento (Germano Lüders/Exame)
Editor de Invest
Publicado em 17 de setembro de 2025 às 11h38.
Última atualização em 17 de setembro de 2025 às 11h39.
O Ibovespa segue renovando máximas esta semana e é natural que empresas que compõem o índice também alcancem preço recorde. Isso aconteceu com oito das 83 companhias que fazem parte da carteira do benchmark atualmente. A cada quatro meses, a composição muda de acordo com os volumes de negociações, por isso, papéis entram e saem do índice, ajudando (ou atrapalhando) a construção de seu histórico.
Levantamento da Elos Sayta, feito por Einar Rivero, mostra que companhias de setores variados operaram em sintonia com o índice de referência do mercado brasileiro, chegando aos maiores preços nominais desde que as ações começaram a ser negociadas na bolsa. São elas:
Entre ações negociadas fora do Ibovespa, o setor de construção tem outros players que não só bateram recorde de preço em 2025, como também dobraram e até quase triplicaram de preço no ano. É o caso dos papéis da Moura Dubeux (MDNE3), com ganhos de 160,68% no ano até o fechamento de ontem. A ação da Lavvi (LAVV3) avançou 118,72% no ano e Plano & Plano (PLPL3), subiu 113,29%.
"O ponto central é avaliar se os resultados justificam a valorização e se ainda há espaço para expansão de margens ou de mercado", afirma Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos.
"Não é porque uma ação chegou na máxima que ela está cara", reforça Enrico Cozzolino, sócio e head de análises da Levante Investimentos.
"O investidor tem que olhar se a ação está descontada, se ela se beneficia desse cenário de juros, dólar e tarifas — o que é que impacta positivamente e negativamente. Ainda há oportunidades, sim, em ações que estão nas máximas históricas. O movimento de realização de lucro, porém, também pode acontecer".
Do ponto de vista da relação entre o preço das ações e o lucro das companhias, ainda há um desconto em relação ao valuation médio, destaca o analista. "Isso também não quer dizer que, por estar barato, tem que sair comprando qualquer coisa. A bolsa está descontada porque temos no radar alguns riscos que são de difícil mensuração", complementa.
Lima concorda que o Ibovespa tem várias companhias negociando a múltiplos abaixo da média histórica, principalmente em setores mais cíclicos. "Porém, a bolsa deixou de ser um 'call generalista' e passou a ser um mercado de seleção — existem muitas ações baratas, mas o investidor precisa ser seletivo."