Invest

No rali do Ibovespa, 9 ações do índice também bateram máxima histórica: veja quais

Mesmo batendo recorde de preço, papéis ainda podem estar descontados e ser oportunidade de compra, dizem analistas

Fluxo estrangeiro na Bolsa brasileira tem um ano com número modesto, até o momento (Germano Lüders/Exame)

Fluxo estrangeiro na Bolsa brasileira tem um ano com número modesto, até o momento (Germano Lüders/Exame)

Mitchel Diniz
Mitchel Diniz

Editor de Invest

Publicado em 17 de setembro de 2025 às 11h38.

Última atualização em 17 de setembro de 2025 às 11h39.

O Ibovespa segue renovando máximas esta semana e é natural que empresas que compõem o índice também alcancem preço recorde. Isso aconteceu com oito das 83 companhias que fazem parte da carteira do benchmark atualmente. A cada quatro meses, a composição muda de acordo com os volumes de negociações, por isso, papéis entram e saem do índice, ajudando (ou atrapalhando) a construção de seu histórico.

Levantamento da Elos Sayta, feito por Einar Rivero, mostra que companhias de setores variados operaram em sintonia com o índice de referência do mercado brasileiro, chegando aos maiores preços nominais desde que as ações começaram a ser negociadas na bolsa. São elas:

  • Marfrig (MRFG3): ticker está se despedindo da B3 após a fusão da empresa de Marcos Molina com a BRF (BRFS3). Mas bateu seu recorde de preço ao alcançar a marca de R$ 27,52. Em 2025, a ação acumula valorização de 61,6% até o fechamento de ontem.
  • Totvs (TOTS3): representante do setor de tecnologia na bolsa brasileira, a companhia fundada por Laercio Consentino chegou aos R$ 49,22 esta semana, acumulando 67,43% no ano.
  • Cyrela (CYRE3): destaque do setor de construção no índice, o papel acumula ganhos de 88,54% em 2025 e chegou ao preço máximo do ano ao alcançar R$ 30,62.
  • Sabesp (SBSP3): a companhia de saneamento de São Paulo, privatizada em meados do ano passado, bateu recorde de preço ao chegar a R$ 127,06, com valorização de R$ 47.73.
  • Marcopolo (POMO4): a multinacional, fabricante de carrocerias de ônibus, acumula valorização de 38,93% no ano e bateu recorde quando a ação foi negociada a R$ 9,65.
  • Eletrobras (ELET3 e ELET6): as ações ordinárias da ex-estatal elétrica, ELET3, subiram 49,38% no ano, até o pregão de ontem, 16, e bateram recorde ao atingir o preço de R$ 47,96; as preferenciais, ELET6, também foram à máxima, ao chegar em R$ 50,81. A empresa anunciou uma distribuição bilionária de dividendos no mês passado e já é considerada uma "vaca leiteira" em potencial.
  • Iguatemi (IGTI11): a administradora de shopping centers bateu recorde de preço ao atingir a cotação de R$ 24,05; no ano, o papel acumula alta de 44,16%.
  • Cemig (CMIG4): com alta de 11,27% no ano até o pregão desta terça-feira, a ação da estatal elétrica de Minas Gerais alcançou a máxima histórica quando foi negociada a R$ 11,19.

Entre ações negociadas fora do Ibovespa, o setor de construção tem outros players que não só bateram recorde de preço em 2025, como também dobraram e até quase triplicaram de preço no ano. É o caso dos papéis da Moura Dubeux (MDNE3), com ganhos de 160,68% no ano até o fechamento de ontem. A ação da Lavvi (LAVV3) avançou 118,72% no ano e Plano & Plano (PLPL3), subiu 113,29%.

É para comprar ou não?

"O ponto central é avaliar se os resultados justificam a valorização e se ainda há espaço para expansão de margens ou de mercado", afirma Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos.

"Não é porque uma ação chegou na máxima que ela está cara", reforça Enrico Cozzolino, sócio e head de análises da Levante Investimentos.

"O investidor tem que olhar se a ação está descontada, se ela se beneficia desse cenário de juros, dólar e tarifas — o que é que impacta positivamente e negativamente. Ainda há oportunidades, sim, em ações que estão nas máximas históricas. O movimento de realização de lucro, porém, também pode acontecer".

Do ponto de vista da relação entre o preço das ações e o lucro das companhias, ainda há um desconto em relação ao valuation médio, destaca o analista. "Isso também não quer dizer que, por estar barato, tem que sair comprando qualquer coisa. A bolsa está descontada porque temos no radar alguns riscos que são de difícil mensuração", complementa.

Lima concorda que o Ibovespa tem várias companhias negociando a múltiplos abaixo da média histórica, principalmente em setores mais cíclicos. "Porém, a bolsa deixou de ser um 'call generalista' e passou a ser um mercado de seleção — existem muitas ações baratas, mas o investidor precisa ser seletivo."

Acompanhe tudo sobre:AçõesIbovespaMarfrigTotvsCyrelaSabespMarcopoloEletrobrasIguatemiCemig

Mais de Invest

Mega-Sena: veja dezenas sorteadas do concurso 2.924 - prêmio é de quase R$ 18 milhões

China amplia reservas cambiais diante da oscilação do dólar e alta dos ativos globais

Raízen (RAIZ4): ação chega ao menor preço histórico após cair 58% no ano — o que esperar?

Lucro reduzido em nuvem de IA pressiona Oracle, que vê ações caírem 2,5%