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No radar: retomada de IPOs, payroll nos EUA e o que move os mercados

Índices futuros americanos avançam com recuperação mais forte que a esperada no mercado de trabalho

Wall Street: bolsas repercutem maior ganho no mercado de trabalho desde agosto do ano passado (Lucas Jackson/Reuters)

Wall Street: bolsas repercutem maior ganho no mercado de trabalho desde agosto do ano passado (Lucas Jackson/Reuters)

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Beatriz Quesada

Publicado em 5 de abril de 2021 às 07h08.

Última atualização em 5 de abril de 2021 às 09h06.

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Quadro geral do dia às 7h05:

  • EUA: Dow Jones futuro sobe 0,52%, S&P 500 futuro tem alta de 1,18% e Nasdaq futuro avança 1,76%
  • Rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro americano tem leve queda de 0,001% para 1,722%

Em dia de mercados fechados na Ásia e na Europa, as bolsas globais operam em tendência de alta. Nesta segunda-feira, 2, os índices futuros americanos avançam com os dados do payroll enquanto as negociações estão pausadas no continente europeu pela comemoração da Páscoa. Na China, os mercados não abrem para celebração do feriado de Qingming.

A alta dos índices futuros americanos responde aos dados robustos no mercado de trabalho dos Estados Unidos divulgados na última sexta-feira. O payroll, folha de pagamentos não-agrícolas oficial, aumentou em 916 mil no mês, acima das projeções de economistas compiladas pela Dow Jones, que esperavam aumento de 675 mil. Esse foi o maior ganho desde agosto do ano passado. Já a taxa de desemprego caiu de 6,2% para 6%, em linha com as estimativas. 

Os resultados são reflexo da alta taxa de vacinação do país combinada a uma série de estímulos monetários e fiscais, que impulsionam a economia. As medidas incluem a promessa do Fed, banco central americano, de não subir a taxa de juros nos próximos dois anos, e também o novo pacote do presidente americano Joe Biden, que anunciou um plano de investimento em infraestrutura ao custo de 2,25 trilhões de dólares na última quarta-feira.

Veja abaixo os principais destaques desta segunda-feira e da semana:

Os IPOs estão de volta

No Brasil, a segunda semana de abril será marcada pela retomada das ofertas públicas iniciais de ações, os IPOs. Há quatro ofertas que devem ser precificadas até a sexta-feira, 9, com três empresas fazendo a sua estreia na B3 se tudo correr conforme o planejado e, portanto, sem desistências: 

  • LG Informática (GENT3): precificação hoje (05/04), com estreia na B3 na quarta-feira (07/04) 
  • Blau Farmacêutica (BLAU3) e Allied Tecnologia (ALLD3): fixação de preço por ação na quarta-feira (07/04) e início das negociações na bolsa na sexta-feira (09/04)
  • CM Hospitalar (VVEO3): precificação na sexta-feira (09/04), com estreia na B3 na próxima segunda-feira (12/04)

Ao todo, já foram 15 estreias em 2021.

Além disso, a semana terá também a definição do preço por ação da oferta subsequente da Dasa (DASA3), que está prevista para terça-feira, 6. É uma transação que pode levantar cerca de 5,7 bilhões de reais e levar a companhia para o Novo Mercado.

Nova renúncia no BB 

Investidores também devem ficar atentos à renúncia do presidente do conselho do Banco do Brasil (BBSA3), Hélio Magalhães, em mais um capítulo problemático para a governança da estatal. 

Em sua carta de renúncia, divulgada na última quinta-feira, após o fechamento do mercado, Magalhães não poupou críticas à forma como a União -- na figura do presidente Jair Bolsonaro -- passou a tratar das companhias.

A crise com o governo começou com o desagrado de Bolsonaro em relação ao plano de reestruturação anunciado pelo banco em janeiro, que envolvia fechamento de agências e demissão voluntária de funcionários. O então CEO do BB, André Brandão, renunciou ao cargo em março após sofrer pressão para rever as medidas. 

Vale recompra ações

O conselho da mineradora Vale (VALE3) aprovou um programa de recompra limitado a 270 milhões de ações ordinárias e seus respectivos ADRs, segundo fato relevante divulgado na última quinta-feira, após o fechamento de mercado. O anúncio -- que é positivo para os acionistas -- também fez os investidores se questionam se faz sentido a companhia comprar as próprias ações com o preço em bolsa próximo da máxima histórica.

Impasse com Orçamento resolvido?

A equipe econômica do governo e líderes do Congresso chegaram a um consenso sobre a necessidade de mudanças no Orçamento aprovado para 2021, e o acordo aponta para a revisão de premissas de gastos e a uma redução à metade das emendas parlamentares, disse à Reuters um fonte próximas às negociações.

As tratativas sobre os ajustes no Orçamento devem durar mais alguns dias e "só com muita sorte" as mudanças necessárias seriam concluídas até o fim da próxima semana, segundo a fonte, que pediu anonimato. 

O Orçamento aprovado pelo Congresso tem inconsistências jurídicas que o tornam inviável, ilegal e inexequível, segundo avaliação de economistas e especialistas em contas públicas.

Retrospectiva 

O aumento do risco fiscal causado pelo imbróglio em relação ao Orçamento de 2021 se somou a indicadores industriais fracos para derrubar o Ibovespa no início de abril. O índice encerrou o primeiro pregão do mês em queda de 1,18%.

Pandemia

O descontrole da pandemia é outro fator a aumentar o risco no mercado local. O Brasil registrou neste domingo 1.240 novas mortes em decorrência da Covid-19, o que eleva o total de vítimas fatais da doença no país a 331.433, segundo dados do Ministério da Saúde.

E a situação ainda pode piorar: um estudo da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, prevê que o número de mortos por covid-19 pode chegar a 100 mil no Brasil no mês de abril.

Agenda Macro

O Banco Central divulga, às 8h25, o relatório Focus, que contém as expectativas de economistas para indicadores como PIB, câmbio, inflação e juros. Na pesquisa da semana passada, economistas elevaram as estimativas para o IPCA em 2021 de 4,71% para 4,81%.

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